terça-feira, 2 de março de 2010

Necrotik Fauna


Pronto, já é meia-noite! Peguei a marreta e Doug, a pá. Mochila de suprimentos nas costas e fomos à necrópole. O cemitério ficava há uns 50 metros de minha casa, era fácil de entrar. Thiago, o zelador, era fácil de ser subornado com alguns trocados e um litro de cachaça. Sempre íamos lá chapar com nossos comprimidos e café, mas hoje seria especial. Batizamos a cachaça com uma porrada de calmantes que fariam aquele bêbado sujo esquecer até o nome da própria mãe,se é que ele tivesse uma.
Atiradas nossas ferramentas pelos fundos, e deixada a garrafa com seu dono, entramos no recinto e fomos para as covas mais distantes. O chão de terra vermelha afundava com nossos sapatos. Sentamos e achamos o que queríamos: há dois meses Dulce havia morrido de depressão, clássica ninfa de vinte e seis anos e formada em psicologia. Enquanto cortava o cabelo, observei o anúncio de óbito no jornal e depois acabei achando seu profile no Orkut. Era mulher de procedência, um rostinho mais ou menos, porém boas pernas. Túmulo fácil de achar, as flores de plástico pareciam frescas, recém colhidas na fábrica. A pá nem foi necessária, era um túmulo de mármore, mas nada que duas marretadas não resolvessem. Confesso que orgulhei-me quebrando a gaveta de uma só. Puxamos o caixão com cuidado e o arrastamos para uma parte mais baldia. Ao abrir, subiu o cheiro saboroso da podridão. Porém, a merda estava feita: era o maldito corpo de uma velha totalmente podre. Voltei ao túmulo e olhei com atenção, era a avó de Dulce. E, para meu desgosto, o maldito que preparou a placa funerária trocou a ordem dos nomes: Dulcinha provavelmente estava enterrada na parte do subsolo e uma grossa camada de concreto separava cada compartimento...
Voltei e Doug pelo visto tinha se empolgado com a defunta megera. Já havia retirado o corpo e posto em cima de um mausoléu, totalmente pelada e pelancuda. Nos encostamos em outra cova e abrimos as mochilas puxando cada um sua jarra cheinha de nosso tesouro negro, éramos movidos a cafeína. Sabe: duas xícaras te deixam ligado, mas uma jarra, juntamente com algumas anfetaminas, é quase como um bright artesanal, você fica alucinado. Bebemos e tomamos todas as bolas, começamos a sentir o efeito,tanto que meu comparsa mesmo não parava quieto. E, como era de se esperar, Dulcinha foi excluída dos planos, iria ser a velha mesmo. Porra! Nem lembrava o nome dela, alguma coisa com nome de santa também.
Colocada a camisinha, fui o primeiro. Saquei um pequeno recipiente do bolso e derramei óleo de cozinha na vagina. Comecei a penetrar... Era gelado, porém delicioso. Metia relaxado, como aquelas clássicas fodas de casal apaixonado, só apreciando o momento. Por um instante, tive alguma lembrança dela em vida. Acho que já tinha ajudado a atravessar a rua! Haha! Agora, ela me retribuía o favor de maneira extremamente agradável. E, cada vez que meu pau escapava, vermes caíam para fora de seu genital. Não gostava de olhar para seu rosto, era triste a decomposição. Vocês não acham que a carne é bela demais para apodrecer? Bom, eu acho. Cansado da normalidade, aproveitei que a unha de meu indicador estava crescida e empurrei o dedo em seu umbigo, abrindo um furo singelo. Subi no mausoléu, e enfiei lá dentro. Parecia até mais confortável. Sentia que meu pênis passava no meio de alguns tubos carnais, deviam ser as vísceras. O estômago humano era fofinho. A cada enfiada, parecia que meu pinto ia para uma direção diferente, sexo sem direção. Gozei dentro e em silêncio... Não sei o que aconteceu, eu havia bolado todo aquele momento e realmente não estava tão empolgado. Saí de cima e dei a vez ao Doug, esse sim, parecia estar com uma ânsia infernal.
Mal desci da tumba e ele já foi pulando em cima da vovó. Ele deve ser meio fresco pra necrofilia, não tentou os orifícios que usei, abriu a boca do cadáver e se socou lá dentro. Um necroboquete doidão. Ele devia ter tomado mais anfetaminas, porque realmente se empolgou com a coisa. Sortudo que era, nem brotaram vermes da cavidade bucal. Tirou a benga da boca e sentou ao lado. Fiquei curioso:
- Já?
- Nada! Olha aí na minha bolsa uma chave de fenda e me joga aí!
Atirei a ferramenta e o maníaco começou a retirar um de seus olhos com muito cuidado. Expurgado o órgão, picaretou a área até abrir um buraco. Saquei qual era a dele, e ,realmente, o maldito fez o que pensei. Doug virou a cabeça de lado e enfiou a pica dentro do rombo! Puta que pariu! Esse sim é doente...
- Caralho, Max! Parece que dá pra ler os pensamentos dela. O cérebro parece até quentinho! Wooollllll Man!!!
É! Ele gozou no juízo da coitada. Vestidos, juntamos nossas coisas e rumamos para o portão. No meio do caminho, encontramos Thiago caído no meio do caminho. Decidi brincar, fingindo que ia dar uma marretada nele. No mesmo instante, Doug tomou a marreta de minha mão e praticamente explodiu a cabeça do moribundo.
- Tá louco porra?
- Já era, brother...
Bom, a merda já estava feita. Pegamos o corpo e o arrastamos até o túmulo profanado, enfiamos o corpo dentro da gaveta. E, em seguida, também empurramos a velha pra dentro, quem sabe não rolava um clima?Well... Fomos pra minha casa. Um bom banho e livre de vestígios, assim, fomos dormir. Tenho certeza que Douglas também não conseguiu dormir pelo efeito das drogas. Pelas sete da matina, outro banho para purificar corpo e alma. Liguei meu rádio de pilha para ouvir as novidades de nosso show. Corremos para pegar o busão, já estávamos bastante atrasados para a faculdade. Acho que mais uma falta e ambos estaríamos reprovados em Anatomia...

Ass.: Mattüs 

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