terça-feira, 4 de agosto de 2009

Desintonias


Só podíamos afirmar que eram abençoados por ter um filho tão belo: o pequeno Matheus era a maior e única preciosidade que dona Andréia e Sr.Vicente poderiam ter nesta vida tão severa. Desde a oportunidade para construir imensos aranha céus na capital, Vicente ficou meio inquieto, porém seus olhos brilharam ao rodar da chave e seu corpo quase se desfaleceu ao ver o interior de sua nova morada no Maravilhoso edifício Alfredo Gaspar de Mendonça. Singelos prédios de três Andares e doze humildes apartamentos... O choro evadiu sua face ao ter finalmente um teto para esposa e filho, agora estava inserido em uma bela sociedade, em uma maravilhosa favela futurista chamada Conjunto Habitacional.
Um colchão de casal para os três representava o ponto de partida de uma nova vida na capital. Amanheceu, um beijo na família e lá se foi o homem da casa ao seu serviço. Enquanto isso, Andréia resolveu banhar sua prole. Finalmente havia se acabado o tempo de banhos com a cuia e um chuveiro era uma nova delicia para Matheus, que em breve completaria seus doze anos e segundo o pai já seria um “homem”. Agora a nobre criança podia sentir o sabor de sua primeira chuveirada e muito atenta ao seu filhote, Andréia começou a ensaboar o sentido de sua miserável vida. Matheus sentia o sabão sendo esfregado com muito carinho em sua face e escorrendo em singelas bolhinhas pelos ombros. Empolgada com a máquina de chuva, sua mãe também resolveu se despir e caiu embaixo de tal diversão, afinal não havia nada que o mocinho a sua frente não houvesse visto em alguma fase de sua vida. Em ritmo de festa, o sabão freqüentava ambos os corpos até que nossa querida mamãe percebeu uma forte ereção na criança. Ficou confusa, não entendia tal amadurecimento, sentia que possuía um coração de mãe, porém, como toda exemplar mulher de família, tinha suas perversões guardadas dentro de si. E, agora, a criança sentia a puberdade ferver em sua alma, com a limpeza descendo em movimento circulares até apalpar duas bolinhas em pêlos crescentes com o mais puro carinho feminino. Mamãe sabia fazer aquilo muito bem, ela ouvia os pequenos gemidos se sua cria, que havia fixado os olhos nos seus e impulsivamente fazia movimentos para frente, quase que simulando o lado podre dos adultos. No ápice de gostosura, Dona mamãe desligou o chuveiro, ordenou que o jovem se enxugasse e saísse do banheiro, observou tudo com um sorriso mecânico e, ainda sem entender nada, ele a obedeceu. Com sua retirada o banheiro, o chuveiro foi ligado e voltou a jorrar consciência sobre Andréia, que olhava para o sabonete questionando os limites entre o pecado e o prazer...



Ao chegar do stress diário, o bom brasileiro se depara com o sono de ambos: sua esposa um pouco encolhida no colchão e no chão da sala, seu filho debruçado sobre um monte de lençois com um travesseiro. Começou a acariciar o corpo quase que desnudo de sua amada (que imaginava sustentar suas vergonhas com uma mísera calcinha):
- Você não sabe o fogo com que cheguei hoje!
- E você não imagina como estou cansada, pára de me bulir!
Com um “Puta!” mental, nosso herói vira-se para o lado e reflete sobre suas misérias amorosas até soltar os primeiros roncos.
E finalmente, o aniversário de Matheus havia chegado, e com ele, o presente que todos precisavam: um aparelho de televisão adentrava ao recinto e fora colocado sobre uma cadeira na sala. Vida nova e agora com muitas cores. Todos se sentaram no chão e sintonizaram algum programa de auditório até o sono chegar, até porque o colchão já havia sido transferido para a sala, assim todos poderiam aproveitar incessantemente os prazeres de sua nova realidade. E como, único pedido de aniversário, o inocente pediu para ficar em casa degustando alguns desenhos animados.
As coisas já não andavam tão boas na vida conjugal: Andréia se mostrava cada vez mais fria com seu esposo e o mesmo, começava a chegar em casa cada vez mais tarde e com odores etílicos irritantes. E, por descuido de ambos, o jovem Matheus já havia perdido o ano, em plenas chuvas de maio. O que lhe rendeu uma boa surra, porém válida, em troca de infinitas horas de seu mais novo amigo televisor. Ao raiar do sol e engasgando com seus próprios ruídos, Vicente adorou uma surpresa: seu pau estava em ponto de ataque. Começou a “amolengar” a esposa que cedeu aos seus carinhos. Ao introduzir o devido mastro sertanejo, as antigas empolgações voltaram e Andréia gemia baixinho e em certo tom de caridade nupcial, resultando no pior: a dor. Vicente sentia aquelas carnes, que antes só faltavam jorrar-lhe lubrificações, maltratarem seu membro e tudo foi cortado bruscamente:
- O que porra está acontecendo com você, mulher?
- Eu acabei de acordar seu animal, deveria pensar mais no seu trabalho e menos em safadeza...
- Num gosta mais d’eu? Exclamou indignado.
- Sei não...
Levantou em silêncio e foi para o chuveiro, não aguentava a idéia de sustentar seu palácio com a antipatia da esposa. E agora, passeando pelo lar, percebia que Matheus havia levado sua quatorze polegadas para o quarto e lá estava ele deslumbrado. E o mais estranho, a imagem estava completamente fora de sintonia. Ao passar de toalha e já esfriado pela água, jogou ao vento:
- Esse moleque está ficando doido!
Mesmo assim, a decadência de seu amor o deprimia bastante, e antes de sair, lançou em cima do colchão sua parte do soldo para as compras e ao bater da porta, tomou uma firme decisão: nada de trabalho, iria encher a cara.
Ao voltar com sua feira, Andréia não teve saco em aturar a criança tão obcecada pela televisão, sentou-se ao lado do jovem e decidiu ver os lendários programas femininos que tanto moldaram a mulher moderna, com a nova vida na capital, ela deveria saber qual seria o sentido de sua existência em algum programa matinal. Porém, ao tirar da desintonia, Matheus se rebelou:
- Porque você tirou o prazer?
- O quê, filho?
- Você só vai aprender na marra! Exclamou em tom de birra.
- Cuidado como você fala moleque ou quer tomar uma surra?

Indignado Matheus se levantou e sumiu de vista. Isso pouco importava, pois as primeiras receitas de sobremesa já apareciam na máquina sensual. Um final de manhã com muito sol, perfeito para se pensar em delicias para o almoço, Andréia estava realmente empolgada para ser uma legítima dona de casa urbana, talvez fosse tanta empolgação, mas tanta, que tudo aquilo foi se transformando em uma forte dor na nuca que ia aumentando e gerando seu desmaio, dando somente tempo de ver Matheus segurando uma imensa panela de pressão nas mãos e sorrindo de olhos fixos em seu corpo.
Aos poucos a consciência ia voltando, até que se percebeu em frente ao televisor, amarrada em uma cadeira. E de supetão, o sangue do seu sangue aparece sorrindo:
- Matheus, tenha certeza: eu vou te aleijar de uma surra!
- Mas, mamãe... Ele disse que ia ser bom!
- Ele quem? Seu porra!
- O Silvio da TV! Ele me explicou tudo: se eu te fizer conversar com ele, nós vamos tomar todos os banhos que quisermos juntos! Vai ser bom! Eu quero meu passarinho duro de novo! E ele vai fazer tudo isso! Acredita mamãe! Ele vai...
Andréia não entendia nada até o jovem sumir de sua frente. Repentinamente, sentia-o massageando seus ombros, e assim, Andréia rogava eternas ameaças de sua boca tão suja para as crianças. Sentia que suas mãos foram descendo pelas saboneteiras até tocarem seus seios. Agora, o amor de filho era reprimido pelo tesão do homenzinho de seu Vicente. E assim, as pragas de mamãe viraram lágrimas intensas, ela percebia o monstro que havia criado. Ele massageava com carinho aquelas tetas secas e decaídas, até que em meio ao choro, Andréia não aguentou tanta tortura e novamente desmaiou. Em seu inconsciente, os piores pesadelos eram montados: estava sendo estuprada por Matheus em alguma espécie de circo sadomadoquista cheio das piores aberrações humanas. Criaturas deformadas, cenobitas do inferno e o pior, sua criança comandando o incesto em movimentos rígidos e brutalmente desorganizados ao ponto de deixar escorrer sangue maternal...
Ao acordar, viu o aparelho ligado na divina desintonia. E Matheus, percebendo a sua negação a ver aquela maravilha, segurou a cabeça de mamãe pelos cabelos apontando para a TV, e com sua mão livre puxou com força suas delicadas pálpebras. Mamãe se negava a olhar diretamente para aquele aparelho satânico, mas ao final se rendeu. E ao centrar a visão na tela, sentiu uma forte dor nos glóbulos oculares, pareciam que duas agulhas penetravam sua visão, e assim tais agulhas injetavam o mais doce prazer. No começo, todos resistem, mas ao final, todos são escravos da telinha colorida. Era algo incompreensível para a mente de uma misera lavradora: seu corpo estava leve, a dor se transformava nas maiores chamas do prazer. Realmente o sentimento e imagens do banho vinham à tona. Porém, tudo era elevado ao máximo sentimento, uma caricia de testículos não era nada comparada aquilo. Seu antigo pesadelo se convertia ao seu favor, os mesmos cenobitas estavam lá, porém, agora Matheus estava pelado e Andréia o boqueteava com o maior tesão deste universo. Lambia aquele pau com emoções lisérgicas de mil orgasmos. E assim, aquilo nunca deveria parar, o maior prazer de sua vida deveria ser eterno.
Algumas tentativas falhas de enfiar a chave na fechadura e Vicente conseguiu adentrar em casa. Tirou suas roupas suadas na sala e foi cambaleando de cueca pela sala até o quarto. Lá se deparou com sua esposa e o filho vendo a maldita desintonia. Meio tonto foi até o aparelho e o desligou:
- O dono desta merda sou eu, e vocês não merecem usar o que é meu! Ninguém gosta de mim nesta porra!
Andréia sorriu e se levantou cedendo a cadeira ao marido, ele se sentou e ela o agarrou por trás lambendo sua orelha e descendo direto a mão para dentro de sua cueca:
- Aqui não! O menino vai ver...
- Relaxa amor, Relaxa que vou te encher de tesão!
Alucinado pela embriaguez, ele deixou que tudo acontecesse. Quando se deu conta, a televisão já estava novamente ligada naquele velho canal alucinógeno. E assim, nosso herói também se rendia a uma nova alegria em seu matrimônio e seu filho agora era um anjo de deu$. Agora, existia amor em família para todos. A felicidade instantânea guardadinha dentro da pequena caixa elétrica. Todos unidos em prol do amor.
Com o passar do tempo, uma grande pancada na porta e o síndico, acompanhado da policia, invadia o local a procura de seus condomínios atrasados, somados a ordem de despejo dos fiadores. Em cima da mesa, vários produtos apodrecidos e ouvia-se um chiado no ultimo quarto. Ao adentrar ao local, a visão da miséria enrrustida: os três membros da família sentados vendo o aparelho em desintonia. O cheiro de banheiro público incensava o local, fezes e urina por todo o chão, e o mais surpreendente, todos estavam em magreza absoluta, com o verdadeiro charme de um usuário de crack.
Ninguém sabia como reagir em tal situação, principalmente ao verem que o televisor estava fora da tomada e mesmo assim, continuava ligado. Um policial saiu em passos rápidos do hospital gritando algo que lembrava o “Pai nosso!”. Aos céticos ali prostrados, só restou dar um chute no aparelho que ao cair no chão se desligou, criando uma reação pior: os três começaram a tremer e cair no chão se tremendo no que parecia um forte ataque epiléptico. Todos ficaram apavorados e saíram a correr para fora de tal inferno. Toda a felicidade havia acabado... Realmente a vida na capital tinha mudado bastante suas vidas. A magia da TV havia sugado o que restava de suas almas. Pareciam tremer apaixonados pela alienação do prazer, alienação esta, que desaparecia de suas carcaças em violentas regurgitações de sangue enegrecido...

Santo Cristo’s Massacreland


Era inacreditável presenciar tamanha violência: em pleno meio-dia, mulheres e crianças sendo estupradas, mortas e estupradas novamente. Sanguinários ritos de vingança eram declamados a cada tiro. E aos atingidos, só restava cambalear, quase que dançando, ao ritmo psicodélico das balas. Um rio de sangue agora cruzava o centro da cidade, todos os homens foram degolados em frente às sobras da Igreja de Santo Cristo, templo este em ruínas, deixada por antigos catequistas desaparecidos. Seus corpos eram dados aos demais prisioneiros como único alimento, e para os dias de escassez: baldes de fezes eram largados aos famintos. A velha delegacia estava lotada de prisioneiros. Verdadeiros currais humanos eram montados nas redondezas para abrigar as vítimas de uma sanguinária vingança.
Santo Cristo era um paraíso tropical, escondido em colinas de fronteira com a Colômbia e habitado por estranhos aborígenes descendentes da lendária tribo Adidas. Em questão de horas, todos os moradores da aldeia estavam vagando nômades, insustamente expulsos por estranhos brancos portando TVs coloridas e grandes livros com uma cruz estampada na capa. Alguns foram abduzidos pelos colonizadores, pois ao olharem para a grande caixa e presenciarem um estranho símbolo redondo fazer “Plim Plim!”, tornaram-se zumbis. Todo um tradicionalismo cristão chegou às terras que antes eram paraísos de escatológicas felicidades. E sabemos muito bem, que onde tal praga chega, a destruição é eminente. Mas ainda havia alguma gota de esperança...
Alguns anos após a invasão, ao trabalhar no velho moinho, o pastor Reis avistou uma tropa imensa de aborígenes e pensou em dar o aviso de alerta, sendo este seu ultimo pensamento, pois ao virar-se, teve sua cabeça aberta por uma machadinha. Era fim de tarde, todos estavam recolhidos em suas casas e ao sentir o cheiro de queimado foram para as ruas e avistaram o pesadelo: a linda Igreja local estava ardendo em chamas e alguns homens já estavam caídos ao chão. A cidade toda se amontoou na frente da igreja com baldes d’água, na esperança de Deu$ não ficar sem casa. Um desespero tomava conta dos fiéis, e tal sentimento só aumentou, quando avistaram ao longe um homem cambaleando: era o professor Richard, com manchas de sangue pelo corpo. Caiu aos pés da multidão tento como último suspiro quase que profético:
- Eles voltaram...
E ditas essas palavras, um homem gritou e caiu agonizando. Ao virar seu corpo, percebeu-se que era o delegado Roy, o homem que detinha todo o poder bélico local e assim mantinha a divina paz. Ao se prestar atenção em seu pescoço, um pequeno dardo estava cravado em sua jugular. O pavor foi gerado, afinal a maioria das armas locais estavam trancafiadas na delegacia. Em poucos anos de colonização, nunca se houve necessidade de usá-las, afinal todos tinham Deus em seus corações e não precisavam usar de violência em seus problemas, a não ser que o problema envolvesse “irmãos” de cores distintas. E assim, começaram os gritos, vinham do nada e clamavam por perdão. O grupo estava temeroso... Seria o apocalipse? Para eles, talvez. E ao ver a pequena Mag, apontar ao horizonte, a senhora Morrison conseguiu gritar antes de desmaiar, e todos sentiram as espinhas gelarem, pois na direção que a mocinha apontava, uma tropa gigantesca caminhava tranquilamente...
A vingança estava nos olhos dos Adidas, a frente do esquadrão vinha o chefe: trajava estranhos sapatos e berbuda com o logo da tribo, um charuto na boca, e uma metralhadora nas mãos. Todos, os outros usavam o mesmo uniforme e inseridos no meio do grupo estavam os falsos zombificados, que na verdade, eram informantes disfarçados. Através de um feitiço shaman telepático conhecido como “TIM Torpedo”, os informantes enviaram toda rotina e pontos estratégicos do povoado, sendo tramada uma operação de invasão digna de filmes holywoodianos sobre as tropas especiais da policia militar do Rio de Janeiro.
Todos estavam cercados, os mais egoístas pensavam no futuro de suas vidas, aos sensatos, martelavam em suas cabeças os pecados do passado. Mulheres e crianças foram separadas dos homens, que nem precisaram ser movidos, apenas ajoelhados, fuzilados e decapitados. Restava aos frágeis sobreviventes aguardar suas penosas mortes. Ao indagar com a tribo Adidas porque havia se tornado tão feroz, a esposa do prefeito teve suas respostas (antes de ter a cabeça estourada por uma metranca): ao serem expulsos da terra, encontraram um bom senhor chamado Escobar, que em troca de trabalhos agrícolas em suas plantações de coca, lhes forneceu armas e tênis mágicos que lhes daria toda força que precisavam.
Cara a cara com a Morte, os colonizadores perceberam que o mal havia possuído a tribo, pois em seus sapatos estava cravada a marca do demônio: Made in USA.
Com o passar dos dias, os soldados aborígenes retiravam algumas das damas mais belas e as lançavam nas ruas para os mais brutais estupros, e para os idosos tarados da tribo restava a deliciosa necrofilia. E acabando o estoque feminino, as crianças entravam na jogada.
De fome nem os prisioneiros morreriam, pois a carne era abundante. Gargalhadas eram emitidas pelo pajé Adidas ao ver uma criança devorando os cadáveres papai e mamãe com a voracidade de um peru de natal. A tal história dos baldes de fezes era só uma pequena humilhação que talvez refletisse ao ódio sentido durante anos.
Com a retomada da terra, os Adidas estavam satisfeitos, e agora faziam uma grande comemoração. Faziam suas danças pagãs em frente a uma recém construída estátua do Sr.Escobar (que em breve, chegaria para visitar o território e presentear a vitória aborígene com seu pó mágico). Todos bailavam, bebiam e devoravam seus espetinhos humanos. Percebiam-se em frente aos restos da igreja, alguns empalados como símbolo de poder... E agora a festa estaria no seu grande momento, pois as crianças, que haviam restado como prisioneiras, caminhavam chorosas para suas respectivas forcas...

Ass.: Pajé Mattüs Adidas

O Lendário Caralho Voador


E algemado aos céus infernais, caio em delírios flamejantes sobre as várias maneiras de violentar a senhora do 201, doce criatura de 77 anos, 11 meses e 7 dias de arcada dentária incompleta e já um pouco amarelada. E, pelo lugar mais profundo do inferno, cheguei ao paraíso, de longe se sentia o cheiro de esgoto de tal pocilga. Lá encontro com Zésus, Judas, Bukowski e todos os outros bicheiros ancestrais. Confabulamos, com um pouco de ácido as verdades antiuniversais que consolariam as tristes ninfas hermafroditas que não passaram no travestibular. E mais uma vez falando bonito, nosso amigo Zé, tenta me convencer que seu pão e vinho são o suficiente para libertar a diarréia existente em minhas entranhas e enxergar o significado do amor. Amor este, que caso você não tenha percebido, só dura um milésimo de segundo, até o defunto olhar em seus olhos e perceber um grande desejo de dominação sádica...
Corri para os jardins celestes, onde lá, plantei cadáveres virgens para o nascimento das mais belas sempre-vivas... Que com seu odor de fezes moles, saúdam a todos com o mórbido brilho da vida e geram os mais viscerais sentimentos pseudo-humanos já vistos: os prazeres carnais...

*Dedicado aos cogumelos que cultivo no ânus.

Gore Gore Love


Eu realmente estava metido num grande problema, o nervosismo a flor da pele e somente quando eu abria o freezer e olhava dentro de seus olhinhos cristalizados, eu conseguia sentir alguma paz. Era incrível como uma simples discussão havia ganhado níveis tão horripilantes: Jenifer tentou acabar nosso relacionamento algumas vezes, mas sempre havíamos voltado. Só que dessa vez foi terrivel, ela nunca comentou tal assunto comigo bêbado. Eu lembro de estar na pia e lavando minha faca de estimação, quando ela falou que queria dar um tempo, isso soou como uma pancada no juízo. Enfiei a faca em seu umbigo, seccionando até as costelas e livrando sua boca de escândalos com a mão. Pressionei-a contra a parede até que parasse de se remexer. Olhei profundo em seus olhos e dei-lhe um beijo. Quando puxei a lâmina, ela estava coberta de vermelho profundo com pequenos retalhos de vísceras. Estirei seu corpo no chão, tirei sua blusa e limpei seu sangue com o pano de chão. Eu queria dar-lhe um bom banho, mas o desespero virou preguiça. Achei agulha e linha, fui costurando sua barriga entre um gole e outro de uísque e com um santo espírito de açougueiro que tenho, atirei seu cadáver no freezer, e por culpa de minha maldita ignorância, alguns pontos estouraram deixando escorrer mais sangue, mas quer saber? Que se foda!
Pensei em necrofilia, mas até grandes diversões como essas perdiam espaço para o meu clima de nervoso, apenas o álcool amenizava minha preocupação. Liguei o rádio e adormeci ouvindo denúncias sobre algum maníaco agindo na cidade. Particularmente, achava os outros assassinos panacas, era como se eu sempre estivesse agindo certo e eles errado. Eu sempre me sentia uma pessoa boa. Agora olho para sua face congelada e percebo que ela era diferente das outras. Lavava e cozinhava muito bem, resumindo: uma mocinha prendada. Desliguei o freezer por algumas horas, enquanto emborcava algumas doses, quando notei que já estava descongelada, enrolei seu corpo em toalhas secas que logo ficaram ensopadas, pelo menos seu sangue já havia coagulado. Coloquei o cadáver na mala e saí para procurar algum belo lugar para atirá-la. Achei um ótimo aterro sanitário e com cuidado larguei seu corpo. No retorno, comprei uma boa vodka e virei mais alguns goles dirigindo. Em casa, bebi um pouco mais e com a ajuda de meus santos remedinhos, consegui dormir...
No dia seguinte, fiquei atento ao rádio e logo ouvi a notícia de que o corpo de uma jovem de cabelos longos, pele clara e com aparência de 25 anos havia sido encontrado com uma grande perfuração na barriga. Bom, uma parte da história já havia sido resolvida, o que eu não esperava que acontecesse era que as autoridades atribuiriam sua morte ao matadorzinho babaca da cidade. Teria eu cometido o crime perfeito? Realmente não esperava por essa... Morri de rir ouvindo isso. E para minha surpresa, um tio de Jennifer apareceu para bancar o enterro. Apareci com uma cara de ressaca dos infernos, aos poucos fui me aproximando do caixão, e mediante as malditas condolências, finalmente pude avistar seu rosto: Meu Deu$!!! Ela estava linda! Parecia um anjo iluminado, fiquei pasmado diante do corpo, e quando dei por consciência da realidade, percebi o inevitável: eu estava novamente apaixonado!
Não consegui sair de perto do corpo um instante sequer, ficava admirando meu amor (que sem querer te ofender, Jenifer, mas você nunca esteve tão bem vestida como neste grandioso dia). Na hora de fecharem o caixão, beijei sua testa e senti seu doce perfume. Voltei para casa, comecei a terminar a vodka... Pensamentos belos invadiam minha mente, ela estava perfeita, parecia o dia em que nos conhecemos, lembrava como hoje: o momento em que ela subiu em minha mesa e enfiei uma nota em sua calcinha. Tentei esquece-la, mas juro que não consegui. À noite dei umas voltas de carro, eu já estava bem alto pelo consumo de álcool. Eu não sabia direito o que fazer, mas sabia para onde ir, rumei para o cemitério e como já passava da meia-noite estava deserto. Era uma necrópole bem simples, covas rasas e um pouco afastado da cidade, realmente um lugar para indigentes, não acreditava que meu amor estava enterrada em tal lixo. Passei uma hora olhando sua cova: algumas flores murchas e uma cruz de madeira com seu nome na vertical e nascimento e morte na horizontal. Haha... A morte estava dois dias atrasada, colocaram a data em que acharam o corpo. Pensei bastante no que fazer, minha cerveja estava quente e atirei a garrafa ao longe. Creio que quando se tem idéias duvidosas, para não ficar pelo “talvez” é melhor arriscar. E eu precisava de meu amor novamente ao meu lado, agora tudo seria diferente: eu prometo limpar e lavar tudo e levar até café na cama para minha querida! Caminhei de volta ao carro ansioso para voltar ter minha namorada de volta e grandes emoções estavam por vir, pois ao abrir a mala, lá estava minha velha pá...

A.M.O.R. (Anomalias Metamórficas dos Orgasmos Reincidentes)


Deliciando-me com lâminas de estimação, propositalmente, derramo ácido sulfúrico para dentro do ânus da virgem que me acompanha. Ela grita de prazer ao ver seu perfeito orifício derreter lentamente e exibir suas entranhas viscosas e apetitosas. Ela me beija e, logo, segura meu pênis, e se utilizando de minha lâmina nº 62, arranca meu genital. Pedi que fosse serrando devagarzinho, para que eu pudesse sentir o rasgar da carne, mas ela não me obedeceu e cortou tudo com rapidez. Logo, ela pôs na boca o meu inútil membro e soltou um maroto sorriso de alegria. Mordiscava tudo, se lambuzando com meu sangue, ao ver tal prazer também fiquei excitado, e comecei a me mutilar. Introduzi meu pequeno canivete (antes usado para matar e despedaçar minha mãe) em meu olho esquerdo e extrai o glóbulo inteirinho e tudo foi ficando vermelho rapidamente. Achei muito engraçado, ter meu olho dependurado em minha face e não conseguir ver mais nada. Logo após tal ação, ele foi descendo devagar por meu rosto... Os ligamentos viscerais perdiam a força e faziam com que ele fosse escorrendo por minha face, e quando chegou à boca, senti sua textura com a língua. Achei agradável, logo mordi e senti o sabor da visão...

*Lembrando que minha doce amada ainda se divertia com meu membro, achei muito sexy ela esfregando-o em seu corpo formoso...

Depois de tamanha orgia, cortei seu grande clitóris e comecei a mascá-lo enquanto falávamos de nossas doces vidas. Falávamos de nossos antigos relacionamentos... Citei a vez em que ao estuprar minha irmã, esfreguei na sua cara as fezes de nosso falecido cão e ela comia tudo, com o prazer de um chocolate. Também falei a respeito do dia em que apontando uma arma para meus pais, obrigava-os a sodomizar galinhas indianas, enquanto recitava Bukowski. Mas minha ninfeta não ficava para trás, contava-me dos cadáveres de ex-namorados que estavam em seu quarto... Waldo (o de um mês atrás) disse que se tornaria padre e a deixaria na solidão, logo ela o convidou ao seu quarto e inseriu uma tesoura em seu másculo pescoço. Ele sangrava como um porco, tentava gritar, porém em tal desespero, não imaginava que suas cordas vocais estivessem mutiladas. E assim que o corpo parou de se remexer, ela amputou sua cabeça, se banhou com seu sangue quentinho e acabou passando duas horas fazendo sexo oral com as partes que sobraram.
E depois de longas histórias amorosas, a paciência tinha acabado e o prazer deveria continuar. O amor surgia à tona... Derramamos ácido em nossos corpos, e voltamos a foder alucinadamente.. Agora, tendo como prazer, o lento dissolvimento de cada víscera...