quarta-feira, 15 de julho de 2009

Louvada Seja a Demência


Doze horas já havia se passado e eu continuava bastante nervoso com essa merda, o efeito do ácido parecia que nunca ia acabar. Continuava vendo aqueles malditos corpos ao meu redor com o odor de pobre flutuando suavemente no ar. Todos os meus demônios bem na minha frente, de joelhos e implorando piedade, piedade esta que obtiveram, pagando com suas vidas através da lâmina de minha faca. Eu precisava ver seu sangue jorrar incessantemente. A carnificina fascinava meus afetados neurônios. Tudo parecia estar derretendo enquanto eu sentia que estava dentro de um paraíso mortuário. Os Mais profundos desejos de carniceria brotavam enquanto a realidade se dissolvia diante de meus olhos. Não tive pena daquelas miseras criaturas: lembro-me que em um instante estavam todos a rir de mim, chamavam-se de fraco e duvidavam de meus ideais, até que mostrei o quão imensa era minha incapacidade, cravando a faca em seus olhos, ouvidos e estômagos. Banhando-me em sangre fresco, mordendo sua carne fervente e devorando suas podres entranhas, provocando um perfeito momento de diversão ímpia e fugaz....
Roupas? Pra quê Roupas, se minha nudez representa minha pureza? E agora despido em minha santidade avisto uma jovem moça mais distante e com a jugular ainda escorrendo sangue latente, amputo sua língua e coloco em contato com a minha, para assim, sentir o doce sabor do beijo da morte. Eu tinha o poder de um juiz, tirei vidas em nome de minha própria justiça. A Morte havia me encomendado todas essas obras, o momento em que o selo lisérgico tocou minha língua. Eu era como um artista da morte e assim, Matar era a Arte Suprema! Todos aqueles cadáveres eram minhas pequenas obras, frutos de minhas demências apaixonadamente enfurecidas. Eu era o próprio ceifador de vidas... Deu$? Não precisava daquele bastardo, nem de seu filhinho hippie com seus doze namorados, agora eu tinha o dom da destruição, bem representado no metal afiado que carregava em minhas mãos. Sendo assim, declarava mim mesmo a abolição dos pecados, leis e toda essa porcaria. Minha sala representava um universo novo, um mundo novo e de cultura genocida, um lugar onde matar era belo e simplório. Eu sentia o ácido em minha mente e o todo o calor fugindo dos defuntos. A carne sem vida me excitava, motivando assim, o culto a necrofilia. Masturbava-me, olhando cheio de glória, as carcaças despojadas naquele chão imundo.
E logo no ápice de minha alegria o efeito começou a ser negativo. Meu universo estava ficando turvo, assim como minhas idéias. Eu estava sendo consumido por meus delírios e caindo ao chão. Era a maldita consciência chegando acompanhada de um forte sono. Deitei-me livre, respirando profundo, pois amanhã mais nada teria graça, a realidade viria à tona: eu estaria caído na solidão de meu lar, cercado pelo nada. Toda aquela santa viagem teria sumido no dia seguinte. Em meu sono mais profundo, continuava a delirar nas mais intensas orgias sangrentas. No dia seguinte, com o fim da nóia lisérgica, a maldita luz esbofeteava minha face, assim que abri meus olhos, já sabia que a lucidez havia chegado e que minha vida havia voltado ao lixo. Tudo voltara ao normal, sempre voltava e ter meus malditos problemas do dia a dia, problemas estas, que haviam aumentado. Pois, para minha surpresa, os corpos continuavam lá...

Ass.: Mattüs

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