quarta-feira, 15 de julho de 2009

Maternal


Quanto mais eu olhava para sua cruz rosada, mais sentia o amor brotar em minhas doces entranhas. Ela sorria com sinceridade, mostrando seus delicados dentes podres, com tamanha expressão amorosa, não pensei duas vezes em atirar gasolina sobre seu obeso corpo e atirar a bituca em direção de sua face. O fogo queimava seus cabelos, dando um cheiro fraterno ao lugar, ela conseguia gritar e sorrir ao mesmo tempo, mas qualquer leigo que a avistasse podia sentir sua pele ardendo nas chamas do terror. A única coisa que eu podia sentir era o sentimento de retribuição a todo amor materno. Logo, o fogo cessou. Sentia o afeto brotar em minha mente e não pensei duas vezes em acertar sua deteriorada arcada dentária a firmes marretadas de suplício, seu maxilar foi dilacerado e o sangue jorrava fluentemente da boca que um dia beijou aquele porco bêbado, a qual devo chamar, singelamente, de pai. A telepatia “mãe e filho” mostrava-me que ela precisava de mais carinho, e não seria eu, mais uma cria desobediente...
Eu começava a sentir que agora existia amor em família, o passado lembrava-me de toda a felicidade de minha infância: minha bela mania de brincar com minhas fezes causava um magnetismo fantástico entre pedaços de pau e minha cabeça, afinal as surras me faziam perceber que eu estava errado e ela sempre certa. E, agora percebo que queimaduras de cigarro no anus, eram pra me fazer entender o quanto ela me amava e desejava um bom futuro para seu único filho. Sinto que a única parte triste de minha infância, foi aos quatro anos. Nessa época, eu costumava ser amarrado a beira da cama e obrigatoriamente tinha de assistir ela transar com dois ou mais sujeitos estranhos, era realmente difícil entender tudo aquilo, mesmo assim eu aprendia bastante, antes de tantas orgias acontecerem, eu jurava que buceta era nome de remédio... Bem, e no final das contas, como toda boa ejaculação pede uma boa mijada, creio que para eles, minha face se assemelhava muito a uma privada. O tempo foi passando e suas demonstrações de carinho aumentando, entendem agora o porquê de tamanha homenagem?
Eu amo mamãe! Via sua cruz torta (com bordados em formato de coração) e sua pele queimada banhada em sangue, causava-me grande emoção. Ela que cuidou de mim, sempre me amamentou com seu leite azedo, e como parte do humilde tributo, aproximei-me se sua pessoa, olhei em seus olhos pacíficos, acariciei sua face e com uma tesoura em mãos cortei os bicos de seus mamilos para mascar. Lágrimas de afeição assumiam seus sentimentos maternais, para que assim, eu excluísse seus olhos com minhas próprias mãos... Olhava para eles na palma de minha pata direita, observava os olhos que sempre tinham expressões de orgulho para comigo. Agora, eles sempre me observariam em meus triunfos. Seu sangue escorria lentamente, eu sentia que ela queria que tudo acabasse que ela queria descer de lá e estar comigo, e somente para atender aos seus desejos, retirei do bolso meu velho estilete e fiz um corte simétrico em sua barriga, onde enfiando minhas mãos em meio a tanta banha, extirpei suas tripas para que saboreassem o doce ar vespertino. Ela curvou a cabeça como símbolo do fim....
Retirei-a de seu martírio de carinho, abracei seu corpo e chorei de tanta emoção puritana. Levei-a para casa, deitei seu cadáver na cama e comecei todo o processo de descarnação. Eu devorava seus pedaços crus e suculentos lentamente, podia sentir o amor presente naquele lugar, tenho certeza que Deus sabia da inocência de meus atos e nos elevaria a pureza da santidade. Devoro o cadáver de minha mãe amada, na esperança de juntos encontrarmos o caminho da felicidade, pois a cada pedaço de carne que era devorado, mãe e filho se tornavam um único ser...

Ass.: Mattüs

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