quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Desintonias
Só podíamos afirmar que eram abençoados por ter um filho tão belo: o pequeno Matheus era a maior e única preciosidade que dona Andréia e Sr.Vicente poderiam ter nesta vida tão severa. Desde a oportunidade para construir imensos aranha céus na capital, Vicente ficou meio inquieto, porém seus olhos brilharam ao rodar da chave e seu corpo quase se desfaleceu ao ver o interior de sua nova morada no Maravilhoso edifício Alfredo Gaspar de Mendonça. Singelos prédios de três Andares e doze humildes apartamentos... O choro evadiu sua face ao ter finalmente um teto para esposa e filho, agora estava inserido em uma bela sociedade, em uma maravilhosa favela futurista chamada Conjunto Habitacional.
Um colchão de casal para os três representava o ponto de partida de uma nova vida na capital. Amanheceu, um beijo na família e lá se foi o homem da casa ao seu serviço. Enquanto isso, Andréia resolveu banhar sua prole. Finalmente havia se acabado o tempo de banhos com a cuia e um chuveiro era uma nova delicia para Matheus, que em breve completaria seus doze anos e segundo o pai já seria um “homem”. Agora a nobre criança podia sentir o sabor de sua primeira chuveirada e muito atenta ao seu filhote, Andréia começou a ensaboar o sentido de sua miserável vida. Matheus sentia o sabão sendo esfregado com muito carinho em sua face e escorrendo em singelas bolhinhas pelos ombros. Empolgada com a máquina de chuva, sua mãe também resolveu se despir e caiu embaixo de tal diversão, afinal não havia nada que o mocinho a sua frente não houvesse visto em alguma fase de sua vida. Em ritmo de festa, o sabão freqüentava ambos os corpos até que nossa querida mamãe percebeu uma forte ereção na criança. Ficou confusa, não entendia tal amadurecimento, sentia que possuía um coração de mãe, porém, como toda exemplar mulher de família, tinha suas perversões guardadas dentro de si. E, agora, a criança sentia a puberdade ferver em sua alma, com a limpeza descendo em movimento circulares até apalpar duas bolinhas em pêlos crescentes com o mais puro carinho feminino. Mamãe sabia fazer aquilo muito bem, ela ouvia os pequenos gemidos se sua cria, que havia fixado os olhos nos seus e impulsivamente fazia movimentos para frente, quase que simulando o lado podre dos adultos. No ápice de gostosura, Dona mamãe desligou o chuveiro, ordenou que o jovem se enxugasse e saísse do banheiro, observou tudo com um sorriso mecânico e, ainda sem entender nada, ele a obedeceu. Com sua retirada o banheiro, o chuveiro foi ligado e voltou a jorrar consciência sobre Andréia, que olhava para o sabonete questionando os limites entre o pecado e o prazer...
Ao chegar do stress diário, o bom brasileiro se depara com o sono de ambos: sua esposa um pouco encolhida no colchão e no chão da sala, seu filho debruçado sobre um monte de lençois com um travesseiro. Começou a acariciar o corpo quase que desnudo de sua amada (que imaginava sustentar suas vergonhas com uma mísera calcinha):
- Você não sabe o fogo com que cheguei hoje!
- E você não imagina como estou cansada, pára de me bulir!
Com um “Puta!” mental, nosso herói vira-se para o lado e reflete sobre suas misérias amorosas até soltar os primeiros roncos.
E finalmente, o aniversário de Matheus havia chegado, e com ele, o presente que todos precisavam: um aparelho de televisão adentrava ao recinto e fora colocado sobre uma cadeira na sala. Vida nova e agora com muitas cores. Todos se sentaram no chão e sintonizaram algum programa de auditório até o sono chegar, até porque o colchão já havia sido transferido para a sala, assim todos poderiam aproveitar incessantemente os prazeres de sua nova realidade. E como, único pedido de aniversário, o inocente pediu para ficar em casa degustando alguns desenhos animados.
As coisas já não andavam tão boas na vida conjugal: Andréia se mostrava cada vez mais fria com seu esposo e o mesmo, começava a chegar em casa cada vez mais tarde e com odores etílicos irritantes. E, por descuido de ambos, o jovem Matheus já havia perdido o ano, em plenas chuvas de maio. O que lhe rendeu uma boa surra, porém válida, em troca de infinitas horas de seu mais novo amigo televisor. Ao raiar do sol e engasgando com seus próprios ruídos, Vicente adorou uma surpresa: seu pau estava em ponto de ataque. Começou a “amolengar” a esposa que cedeu aos seus carinhos. Ao introduzir o devido mastro sertanejo, as antigas empolgações voltaram e Andréia gemia baixinho e em certo tom de caridade nupcial, resultando no pior: a dor. Vicente sentia aquelas carnes, que antes só faltavam jorrar-lhe lubrificações, maltratarem seu membro e tudo foi cortado bruscamente:
- O que porra está acontecendo com você, mulher?
- Eu acabei de acordar seu animal, deveria pensar mais no seu trabalho e menos em safadeza...
- Num gosta mais d’eu? Exclamou indignado.
- Sei não...
Levantou em silêncio e foi para o chuveiro, não aguentava a idéia de sustentar seu palácio com a antipatia da esposa. E agora, passeando pelo lar, percebia que Matheus havia levado sua quatorze polegadas para o quarto e lá estava ele deslumbrado. E o mais estranho, a imagem estava completamente fora de sintonia. Ao passar de toalha e já esfriado pela água, jogou ao vento:
- Esse moleque está ficando doido!
Mesmo assim, a decadência de seu amor o deprimia bastante, e antes de sair, lançou em cima do colchão sua parte do soldo para as compras e ao bater da porta, tomou uma firme decisão: nada de trabalho, iria encher a cara.
Ao voltar com sua feira, Andréia não teve saco em aturar a criança tão obcecada pela televisão, sentou-se ao lado do jovem e decidiu ver os lendários programas femininos que tanto moldaram a mulher moderna, com a nova vida na capital, ela deveria saber qual seria o sentido de sua existência em algum programa matinal. Porém, ao tirar da desintonia, Matheus se rebelou:
- Porque você tirou o prazer?
- O quê, filho?
- Você só vai aprender na marra! Exclamou em tom de birra.
- Cuidado como você fala moleque ou quer tomar uma surra?
Indignado Matheus se levantou e sumiu de vista. Isso pouco importava, pois as primeiras receitas de sobremesa já apareciam na máquina sensual. Um final de manhã com muito sol, perfeito para se pensar em delicias para o almoço, Andréia estava realmente empolgada para ser uma legítima dona de casa urbana, talvez fosse tanta empolgação, mas tanta, que tudo aquilo foi se transformando em uma forte dor na nuca que ia aumentando e gerando seu desmaio, dando somente tempo de ver Matheus segurando uma imensa panela de pressão nas mãos e sorrindo de olhos fixos em seu corpo.
Aos poucos a consciência ia voltando, até que se percebeu em frente ao televisor, amarrada em uma cadeira. E de supetão, o sangue do seu sangue aparece sorrindo:
- Matheus, tenha certeza: eu vou te aleijar de uma surra!
- Mas, mamãe... Ele disse que ia ser bom!
- Ele quem? Seu porra!
- O Silvio da TV! Ele me explicou tudo: se eu te fizer conversar com ele, nós vamos tomar todos os banhos que quisermos juntos! Vai ser bom! Eu quero meu passarinho duro de novo! E ele vai fazer tudo isso! Acredita mamãe! Ele vai...
Andréia não entendia nada até o jovem sumir de sua frente. Repentinamente, sentia-o massageando seus ombros, e assim, Andréia rogava eternas ameaças de sua boca tão suja para as crianças. Sentia que suas mãos foram descendo pelas saboneteiras até tocarem seus seios. Agora, o amor de filho era reprimido pelo tesão do homenzinho de seu Vicente. E assim, as pragas de mamãe viraram lágrimas intensas, ela percebia o monstro que havia criado. Ele massageava com carinho aquelas tetas secas e decaídas, até que em meio ao choro, Andréia não aguentou tanta tortura e novamente desmaiou. Em seu inconsciente, os piores pesadelos eram montados: estava sendo estuprada por Matheus em alguma espécie de circo sadomadoquista cheio das piores aberrações humanas. Criaturas deformadas, cenobitas do inferno e o pior, sua criança comandando o incesto em movimentos rígidos e brutalmente desorganizados ao ponto de deixar escorrer sangue maternal...
Ao acordar, viu o aparelho ligado na divina desintonia. E Matheus, percebendo a sua negação a ver aquela maravilha, segurou a cabeça de mamãe pelos cabelos apontando para a TV, e com sua mão livre puxou com força suas delicadas pálpebras. Mamãe se negava a olhar diretamente para aquele aparelho satânico, mas ao final se rendeu. E ao centrar a visão na tela, sentiu uma forte dor nos glóbulos oculares, pareciam que duas agulhas penetravam sua visão, e assim tais agulhas injetavam o mais doce prazer. No começo, todos resistem, mas ao final, todos são escravos da telinha colorida. Era algo incompreensível para a mente de uma misera lavradora: seu corpo estava leve, a dor se transformava nas maiores chamas do prazer. Realmente o sentimento e imagens do banho vinham à tona. Porém, tudo era elevado ao máximo sentimento, uma caricia de testículos não era nada comparada aquilo. Seu antigo pesadelo se convertia ao seu favor, os mesmos cenobitas estavam lá, porém, agora Matheus estava pelado e Andréia o boqueteava com o maior tesão deste universo. Lambia aquele pau com emoções lisérgicas de mil orgasmos. E assim, aquilo nunca deveria parar, o maior prazer de sua vida deveria ser eterno.
Algumas tentativas falhas de enfiar a chave na fechadura e Vicente conseguiu adentrar em casa. Tirou suas roupas suadas na sala e foi cambaleando de cueca pela sala até o quarto. Lá se deparou com sua esposa e o filho vendo a maldita desintonia. Meio tonto foi até o aparelho e o desligou:
- O dono desta merda sou eu, e vocês não merecem usar o que é meu! Ninguém gosta de mim nesta porra!
Andréia sorriu e se levantou cedendo a cadeira ao marido, ele se sentou e ela o agarrou por trás lambendo sua orelha e descendo direto a mão para dentro de sua cueca:
- Aqui não! O menino vai ver...
- Relaxa amor, Relaxa que vou te encher de tesão!
Alucinado pela embriaguez, ele deixou que tudo acontecesse. Quando se deu conta, a televisão já estava novamente ligada naquele velho canal alucinógeno. E assim, nosso herói também se rendia a uma nova alegria em seu matrimônio e seu filho agora era um anjo de deu$. Agora, existia amor em família para todos. A felicidade instantânea guardadinha dentro da pequena caixa elétrica. Todos unidos em prol do amor.
Com o passar do tempo, uma grande pancada na porta e o síndico, acompanhado da policia, invadia o local a procura de seus condomínios atrasados, somados a ordem de despejo dos fiadores. Em cima da mesa, vários produtos apodrecidos e ouvia-se um chiado no ultimo quarto. Ao adentrar ao local, a visão da miséria enrrustida: os três membros da família sentados vendo o aparelho em desintonia. O cheiro de banheiro público incensava o local, fezes e urina por todo o chão, e o mais surpreendente, todos estavam em magreza absoluta, com o verdadeiro charme de um usuário de crack.
Ninguém sabia como reagir em tal situação, principalmente ao verem que o televisor estava fora da tomada e mesmo assim, continuava ligado. Um policial saiu em passos rápidos do hospital gritando algo que lembrava o “Pai nosso!”. Aos céticos ali prostrados, só restou dar um chute no aparelho que ao cair no chão se desligou, criando uma reação pior: os três começaram a tremer e cair no chão se tremendo no que parecia um forte ataque epiléptico. Todos ficaram apavorados e saíram a correr para fora de tal inferno. Toda a felicidade havia acabado... Realmente a vida na capital tinha mudado bastante suas vidas. A magia da TV havia sugado o que restava de suas almas. Pareciam tremer apaixonados pela alienação do prazer, alienação esta, que desaparecia de suas carcaças em violentas regurgitações de sangue enegrecido...
Santo Cristo’s Massacreland
Era inacreditável presenciar tamanha violência: em pleno meio-dia, mulheres e crianças sendo estupradas, mortas e estupradas novamente. Sanguinários ritos de vingança eram declamados a cada tiro. E aos atingidos, só restava cambalear, quase que dançando, ao ritmo psicodélico das balas. Um rio de sangue agora cruzava o centro da cidade, todos os homens foram degolados em frente às sobras da Igreja de Santo Cristo, templo este em ruínas, deixada por antigos catequistas desaparecidos. Seus corpos eram dados aos demais prisioneiros como único alimento, e para os dias de escassez: baldes de fezes eram largados aos famintos. A velha delegacia estava lotada de prisioneiros. Verdadeiros currais humanos eram montados nas redondezas para abrigar as vítimas de uma sanguinária vingança.
Santo Cristo era um paraíso tropical, escondido em colinas de fronteira com a Colômbia e habitado por estranhos aborígenes descendentes da lendária tribo Adidas. Em questão de horas, todos os moradores da aldeia estavam vagando nômades, insustamente expulsos por estranhos brancos portando TVs coloridas e grandes livros com uma cruz estampada na capa. Alguns foram abduzidos pelos colonizadores, pois ao olharem para a grande caixa e presenciarem um estranho símbolo redondo fazer “Plim Plim!”, tornaram-se zumbis. Todo um tradicionalismo cristão chegou às terras que antes eram paraísos de escatológicas felicidades. E sabemos muito bem, que onde tal praga chega, a destruição é eminente. Mas ainda havia alguma gota de esperança...
Alguns anos após a invasão, ao trabalhar no velho moinho, o pastor Reis avistou uma tropa imensa de aborígenes e pensou em dar o aviso de alerta, sendo este seu ultimo pensamento, pois ao virar-se, teve sua cabeça aberta por uma machadinha. Era fim de tarde, todos estavam recolhidos em suas casas e ao sentir o cheiro de queimado foram para as ruas e avistaram o pesadelo: a linda Igreja local estava ardendo em chamas e alguns homens já estavam caídos ao chão. A cidade toda se amontoou na frente da igreja com baldes d’água, na esperança de Deu$ não ficar sem casa. Um desespero tomava conta dos fiéis, e tal sentimento só aumentou, quando avistaram ao longe um homem cambaleando: era o professor Richard, com manchas de sangue pelo corpo. Caiu aos pés da multidão tento como último suspiro quase que profético:
- Eles voltaram...
E ditas essas palavras, um homem gritou e caiu agonizando. Ao virar seu corpo, percebeu-se que era o delegado Roy, o homem que detinha todo o poder bélico local e assim mantinha a divina paz. Ao se prestar atenção em seu pescoço, um pequeno dardo estava cravado em sua jugular. O pavor foi gerado, afinal a maioria das armas locais estavam trancafiadas na delegacia. Em poucos anos de colonização, nunca se houve necessidade de usá-las, afinal todos tinham Deus em seus corações e não precisavam usar de violência em seus problemas, a não ser que o problema envolvesse “irmãos” de cores distintas. E assim, começaram os gritos, vinham do nada e clamavam por perdão. O grupo estava temeroso... Seria o apocalipse? Para eles, talvez. E ao ver a pequena Mag, apontar ao horizonte, a senhora Morrison conseguiu gritar antes de desmaiar, e todos sentiram as espinhas gelarem, pois na direção que a mocinha apontava, uma tropa gigantesca caminhava tranquilamente...
A vingança estava nos olhos dos Adidas, a frente do esquadrão vinha o chefe: trajava estranhos sapatos e berbuda com o logo da tribo, um charuto na boca, e uma metralhadora nas mãos. Todos, os outros usavam o mesmo uniforme e inseridos no meio do grupo estavam os falsos zombificados, que na verdade, eram informantes disfarçados. Através de um feitiço shaman telepático conhecido como “TIM Torpedo”, os informantes enviaram toda rotina e pontos estratégicos do povoado, sendo tramada uma operação de invasão digna de filmes holywoodianos sobre as tropas especiais da policia militar do Rio de Janeiro.
Todos estavam cercados, os mais egoístas pensavam no futuro de suas vidas, aos sensatos, martelavam em suas cabeças os pecados do passado. Mulheres e crianças foram separadas dos homens, que nem precisaram ser movidos, apenas ajoelhados, fuzilados e decapitados. Restava aos frágeis sobreviventes aguardar suas penosas mortes. Ao indagar com a tribo Adidas porque havia se tornado tão feroz, a esposa do prefeito teve suas respostas (antes de ter a cabeça estourada por uma metranca): ao serem expulsos da terra, encontraram um bom senhor chamado Escobar, que em troca de trabalhos agrícolas em suas plantações de coca, lhes forneceu armas e tênis mágicos que lhes daria toda força que precisavam.
Cara a cara com a Morte, os colonizadores perceberam que o mal havia possuído a tribo, pois em seus sapatos estava cravada a marca do demônio: Made in USA.
Com o passar dos dias, os soldados aborígenes retiravam algumas das damas mais belas e as lançavam nas ruas para os mais brutais estupros, e para os idosos tarados da tribo restava a deliciosa necrofilia. E acabando o estoque feminino, as crianças entravam na jogada.
De fome nem os prisioneiros morreriam, pois a carne era abundante. Gargalhadas eram emitidas pelo pajé Adidas ao ver uma criança devorando os cadáveres papai e mamãe com a voracidade de um peru de natal. A tal história dos baldes de fezes era só uma pequena humilhação que talvez refletisse ao ódio sentido durante anos.
Com a retomada da terra, os Adidas estavam satisfeitos, e agora faziam uma grande comemoração. Faziam suas danças pagãs em frente a uma recém construída estátua do Sr.Escobar (que em breve, chegaria para visitar o território e presentear a vitória aborígene com seu pó mágico). Todos bailavam, bebiam e devoravam seus espetinhos humanos. Percebiam-se em frente aos restos da igreja, alguns empalados como símbolo de poder... E agora a festa estaria no seu grande momento, pois as crianças, que haviam restado como prisioneiras, caminhavam chorosas para suas respectivas forcas...
Ass.: Pajé Mattüs Adidas
O Lendário Caralho Voador
E algemado aos céus infernais, caio em delírios flamejantes sobre as várias maneiras de violentar a senhora do 201, doce criatura de 77 anos, 11 meses e 7 dias de arcada dentária incompleta e já um pouco amarelada. E, pelo lugar mais profundo do inferno, cheguei ao paraíso, de longe se sentia o cheiro de esgoto de tal pocilga. Lá encontro com Zésus, Judas, Bukowski e todos os outros bicheiros ancestrais. Confabulamos, com um pouco de ácido as verdades antiuniversais que consolariam as tristes ninfas hermafroditas que não passaram no travestibular. E mais uma vez falando bonito, nosso amigo Zé, tenta me convencer que seu pão e vinho são o suficiente para libertar a diarréia existente em minhas entranhas e enxergar o significado do amor. Amor este, que caso você não tenha percebido, só dura um milésimo de segundo, até o defunto olhar em seus olhos e perceber um grande desejo de dominação sádica...
Corri para os jardins celestes, onde lá, plantei cadáveres virgens para o nascimento das mais belas sempre-vivas... Que com seu odor de fezes moles, saúdam a todos com o mórbido brilho da vida e geram os mais viscerais sentimentos pseudo-humanos já vistos: os prazeres carnais...
*Dedicado aos cogumelos que cultivo no ânus.
Gore Gore Love
Eu realmente estava metido num grande problema, o nervosismo a flor da pele e somente quando eu abria o freezer e olhava dentro de seus olhinhos cristalizados, eu conseguia sentir alguma paz. Era incrível como uma simples discussão havia ganhado níveis tão horripilantes: Jenifer tentou acabar nosso relacionamento algumas vezes, mas sempre havíamos voltado. Só que dessa vez foi terrivel, ela nunca comentou tal assunto comigo bêbado. Eu lembro de estar na pia e lavando minha faca de estimação, quando ela falou que queria dar um tempo, isso soou como uma pancada no juízo. Enfiei a faca em seu umbigo, seccionando até as costelas e livrando sua boca de escândalos com a mão. Pressionei-a contra a parede até que parasse de se remexer. Olhei profundo em seus olhos e dei-lhe um beijo. Quando puxei a lâmina, ela estava coberta de vermelho profundo com pequenos retalhos de vísceras. Estirei seu corpo no chão, tirei sua blusa e limpei seu sangue com o pano de chão. Eu queria dar-lhe um bom banho, mas o desespero virou preguiça. Achei agulha e linha, fui costurando sua barriga entre um gole e outro de uísque e com um santo espírito de açougueiro que tenho, atirei seu cadáver no freezer, e por culpa de minha maldita ignorância, alguns pontos estouraram deixando escorrer mais sangue, mas quer saber? Que se foda!
Pensei em necrofilia, mas até grandes diversões como essas perdiam espaço para o meu clima de nervoso, apenas o álcool amenizava minha preocupação. Liguei o rádio e adormeci ouvindo denúncias sobre algum maníaco agindo na cidade. Particularmente, achava os outros assassinos panacas, era como se eu sempre estivesse agindo certo e eles errado. Eu sempre me sentia uma pessoa boa. Agora olho para sua face congelada e percebo que ela era diferente das outras. Lavava e cozinhava muito bem, resumindo: uma mocinha prendada. Desliguei o freezer por algumas horas, enquanto emborcava algumas doses, quando notei que já estava descongelada, enrolei seu corpo em toalhas secas que logo ficaram ensopadas, pelo menos seu sangue já havia coagulado. Coloquei o cadáver na mala e saí para procurar algum belo lugar para atirá-la. Achei um ótimo aterro sanitário e com cuidado larguei seu corpo. No retorno, comprei uma boa vodka e virei mais alguns goles dirigindo. Em casa, bebi um pouco mais e com a ajuda de meus santos remedinhos, consegui dormir...
No dia seguinte, fiquei atento ao rádio e logo ouvi a notícia de que o corpo de uma jovem de cabelos longos, pele clara e com aparência de 25 anos havia sido encontrado com uma grande perfuração na barriga. Bom, uma parte da história já havia sido resolvida, o que eu não esperava que acontecesse era que as autoridades atribuiriam sua morte ao matadorzinho babaca da cidade. Teria eu cometido o crime perfeito? Realmente não esperava por essa... Morri de rir ouvindo isso. E para minha surpresa, um tio de Jennifer apareceu para bancar o enterro. Apareci com uma cara de ressaca dos infernos, aos poucos fui me aproximando do caixão, e mediante as malditas condolências, finalmente pude avistar seu rosto: Meu Deu$!!! Ela estava linda! Parecia um anjo iluminado, fiquei pasmado diante do corpo, e quando dei por consciência da realidade, percebi o inevitável: eu estava novamente apaixonado!
Não consegui sair de perto do corpo um instante sequer, ficava admirando meu amor (que sem querer te ofender, Jenifer, mas você nunca esteve tão bem vestida como neste grandioso dia). Na hora de fecharem o caixão, beijei sua testa e senti seu doce perfume. Voltei para casa, comecei a terminar a vodka... Pensamentos belos invadiam minha mente, ela estava perfeita, parecia o dia em que nos conhecemos, lembrava como hoje: o momento em que ela subiu em minha mesa e enfiei uma nota em sua calcinha. Tentei esquece-la, mas juro que não consegui. À noite dei umas voltas de carro, eu já estava bem alto pelo consumo de álcool. Eu não sabia direito o que fazer, mas sabia para onde ir, rumei para o cemitério e como já passava da meia-noite estava deserto. Era uma necrópole bem simples, covas rasas e um pouco afastado da cidade, realmente um lugar para indigentes, não acreditava que meu amor estava enterrada em tal lixo. Passei uma hora olhando sua cova: algumas flores murchas e uma cruz de madeira com seu nome na vertical e nascimento e morte na horizontal. Haha... A morte estava dois dias atrasada, colocaram a data em que acharam o corpo. Pensei bastante no que fazer, minha cerveja estava quente e atirei a garrafa ao longe. Creio que quando se tem idéias duvidosas, para não ficar pelo “talvez” é melhor arriscar. E eu precisava de meu amor novamente ao meu lado, agora tudo seria diferente: eu prometo limpar e lavar tudo e levar até café na cama para minha querida! Caminhei de volta ao carro ansioso para voltar ter minha namorada de volta e grandes emoções estavam por vir, pois ao abrir a mala, lá estava minha velha pá...
A.M.O.R. (Anomalias Metamórficas dos Orgasmos Reincidentes)
Deliciando-me com lâminas de estimação, propositalmente, derramo ácido sulfúrico para dentro do ânus da virgem que me acompanha. Ela grita de prazer ao ver seu perfeito orifício derreter lentamente e exibir suas entranhas viscosas e apetitosas. Ela me beija e, logo, segura meu pênis, e se utilizando de minha lâmina nº 62, arranca meu genital. Pedi que fosse serrando devagarzinho, para que eu pudesse sentir o rasgar da carne, mas ela não me obedeceu e cortou tudo com rapidez. Logo, ela pôs na boca o meu inútil membro e soltou um maroto sorriso de alegria. Mordiscava tudo, se lambuzando com meu sangue, ao ver tal prazer também fiquei excitado, e comecei a me mutilar. Introduzi meu pequeno canivete (antes usado para matar e despedaçar minha mãe) em meu olho esquerdo e extrai o glóbulo inteirinho e tudo foi ficando vermelho rapidamente. Achei muito engraçado, ter meu olho dependurado em minha face e não conseguir ver mais nada. Logo após tal ação, ele foi descendo devagar por meu rosto... Os ligamentos viscerais perdiam a força e faziam com que ele fosse escorrendo por minha face, e quando chegou à boca, senti sua textura com a língua. Achei agradável, logo mordi e senti o sabor da visão...
*Lembrando que minha doce amada ainda se divertia com meu membro, achei muito sexy ela esfregando-o em seu corpo formoso...
Depois de tamanha orgia, cortei seu grande clitóris e comecei a mascá-lo enquanto falávamos de nossas doces vidas. Falávamos de nossos antigos relacionamentos... Citei a vez em que ao estuprar minha irmã, esfreguei na sua cara as fezes de nosso falecido cão e ela comia tudo, com o prazer de um chocolate. Também falei a respeito do dia em que apontando uma arma para meus pais, obrigava-os a sodomizar galinhas indianas, enquanto recitava Bukowski. Mas minha ninfeta não ficava para trás, contava-me dos cadáveres de ex-namorados que estavam em seu quarto... Waldo (o de um mês atrás) disse que se tornaria padre e a deixaria na solidão, logo ela o convidou ao seu quarto e inseriu uma tesoura em seu másculo pescoço. Ele sangrava como um porco, tentava gritar, porém em tal desespero, não imaginava que suas cordas vocais estivessem mutiladas. E assim que o corpo parou de se remexer, ela amputou sua cabeça, se banhou com seu sangue quentinho e acabou passando duas horas fazendo sexo oral com as partes que sobraram.
E depois de longas histórias amorosas, a paciência tinha acabado e o prazer deveria continuar. O amor surgia à tona... Derramamos ácido em nossos corpos, e voltamos a foder alucinadamente.. Agora, tendo como prazer, o lento dissolvimento de cada víscera...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Maternal
Quanto mais eu olhava para sua cruz rosada, mais sentia o amor brotar em minhas doces entranhas. Ela sorria com sinceridade, mostrando seus delicados dentes podres, com tamanha expressão amorosa, não pensei duas vezes em atirar gasolina sobre seu obeso corpo e atirar a bituca em direção de sua face. O fogo queimava seus cabelos, dando um cheiro fraterno ao lugar, ela conseguia gritar e sorrir ao mesmo tempo, mas qualquer leigo que a avistasse podia sentir sua pele ardendo nas chamas do terror. A única coisa que eu podia sentir era o sentimento de retribuição a todo amor materno. Logo, o fogo cessou. Sentia o afeto brotar em minha mente e não pensei duas vezes em acertar sua deteriorada arcada dentária a firmes marretadas de suplício, seu maxilar foi dilacerado e o sangue jorrava fluentemente da boca que um dia beijou aquele porco bêbado, a qual devo chamar, singelamente, de pai. A telepatia “mãe e filho” mostrava-me que ela precisava de mais carinho, e não seria eu, mais uma cria desobediente...
Eu começava a sentir que agora existia amor em família, o passado lembrava-me de toda a felicidade de minha infância: minha bela mania de brincar com minhas fezes causava um magnetismo fantástico entre pedaços de pau e minha cabeça, afinal as surras me faziam perceber que eu estava errado e ela sempre certa. E, agora percebo que queimaduras de cigarro no anus, eram pra me fazer entender o quanto ela me amava e desejava um bom futuro para seu único filho. Sinto que a única parte triste de minha infância, foi aos quatro anos. Nessa época, eu costumava ser amarrado a beira da cama e obrigatoriamente tinha de assistir ela transar com dois ou mais sujeitos estranhos, era realmente difícil entender tudo aquilo, mesmo assim eu aprendia bastante, antes de tantas orgias acontecerem, eu jurava que buceta era nome de remédio... Bem, e no final das contas, como toda boa ejaculação pede uma boa mijada, creio que para eles, minha face se assemelhava muito a uma privada. O tempo foi passando e suas demonstrações de carinho aumentando, entendem agora o porquê de tamanha homenagem?
Eu amo mamãe! Via sua cruz torta (com bordados em formato de coração) e sua pele queimada banhada em sangue, causava-me grande emoção. Ela que cuidou de mim, sempre me amamentou com seu leite azedo, e como parte do humilde tributo, aproximei-me se sua pessoa, olhei em seus olhos pacíficos, acariciei sua face e com uma tesoura em mãos cortei os bicos de seus mamilos para mascar. Lágrimas de afeição assumiam seus sentimentos maternais, para que assim, eu excluísse seus olhos com minhas próprias mãos... Olhava para eles na palma de minha pata direita, observava os olhos que sempre tinham expressões de orgulho para comigo. Agora, eles sempre me observariam em meus triunfos. Seu sangue escorria lentamente, eu sentia que ela queria que tudo acabasse que ela queria descer de lá e estar comigo, e somente para atender aos seus desejos, retirei do bolso meu velho estilete e fiz um corte simétrico em sua barriga, onde enfiando minhas mãos em meio a tanta banha, extirpei suas tripas para que saboreassem o doce ar vespertino. Ela curvou a cabeça como símbolo do fim....
Retirei-a de seu martírio de carinho, abracei seu corpo e chorei de tanta emoção puritana. Levei-a para casa, deitei seu cadáver na cama e comecei todo o processo de descarnação. Eu devorava seus pedaços crus e suculentos lentamente, podia sentir o amor presente naquele lugar, tenho certeza que Deus sabia da inocência de meus atos e nos elevaria a pureza da santidade. Devoro o cadáver de minha mãe amada, na esperança de juntos encontrarmos o caminho da felicidade, pois a cada pedaço de carne que era devorado, mãe e filho se tornavam um único ser...
Ass.: Mattüs
Carne Morta
Já era um pouco mais de meia-noite quando a policia ligou, coloquei as roupas que achei e corri para a cena do crime. Sua família estava toda reunida, seu pai estava chorando muito e dando água para Dona Juliet. E, com condolências, seu irmão pegou em meu ombro e levou-me até o local do crime, dei alguns passos no meio daquele monte mato e vi seu corpo, fiquei chocado com tudo. A verdade caía, minha amada estava morta. Lacrimejei, mas lágrimas profundas de amor não conseguiram cair...
Tirando a Persona:
- Puta que pariu! Quem me ligaria uma hora dessas?
- Sou da policia senhor!
Sempre quis matar esses porcos imundos, mas quando ele me deu a noticia fiquei bastante curioso. Não é todo dia que tenho a violência tão próxima de mim...
Quando cheguei aquele lixo, vi todos os retardados choramingando. Odiava sua família, Mary era uma ótima namorada, fodia legal e sempre limpava meu apartamento. Bom, não era lá essas coisas de bonita, mas tinha sua utilidade. Olhei para seu pai, como odiava aquele bastardo, nunca queria me emprestar seu carro para levar a filhinha dele pra sair. Seu choro dava-me muito gosto. Quando olhei para sua mãe, ai sim, senti um pouco de pena, afinal ela também me servia bem. Eu vivia na sua casa e algumas vezes enquanto Mary tomava seu banho, ficávamos um pouco mais íntimos. Eu adorava meter a mão no meio de suas pernas e amaciar sua xana. Ela apertava com força minhas calças quase morria de tesão, quando ouvíamos o fechar da torneira, separávamos-nos e refazíamos nossas caras apáticas. Ver Juliet em tal situação, deixava-me um pouco pra baixo, mas também me sortia um pouco de tesão. Puta que pariu! O nojentinho do seu irmão tocou em meu ombro. Não sabe conversar sem tocar em mim? Senti vontade se socá-lo até sangrar como um porco. Ele foi me empurrando e o ódio somente aumentando, porém quando vi o cadáver, o ódio foi moldado em algo bem diferente e bem mais interessante.
O corpo estava estirado lateralmente, com um braço quase que cobrindo sua região genital. Um cheiro de pobre tomava o lugar e tudo isso começou a gerar um pervertido fascínio em mim. Olhava para seu corpo deteriorado, via alguns hematomas na região da face, tudo indicava um violento espancamento. Tinha furos de bala na região do abdômen e seus punhos estavam muito feridos. Fiquei fascinado, olhei para seu corpo e sentia muito prazer, o suposto amor que sentia Só agora, percebi que tudo falso. Somente queria a carne, os prazeres carnais que ela poderia me oferecer e pensava que mesmo depois de morta, ela poderia continuar me oferecendo tais prazeres. Agachei-me ao lado do corpo, e passei de leve a mão em sua face, o porco fardado disse q eu não encostasse, mas desobedeci. Passei a mão em seu deformado rosto, e, junto a sua boca, havia um pequeno verme saindo. Parecia que brotava de dentro dela. Peguei-o de leve e disfarçadamente coloquei a mão em meu rosto, simulando choro, passei a mão em minha boca e coloquei-o pra dentro, senti seu sabor, era o gosto da morte e de todo o sofrimento que ela havia passado. Todo aquele mau cheiro parecia só me incentivar a cópula. Sentia vontade de tomar aquele corpo e transar com ele por uma última vez, era como foder a morte. Ter o prazer da necrofilia, o prazer da carne morta. Tive de me conter, passei a mão em seu busto, querendo descer para sua vagina. O desejo era grande, mas não podia me render. Saí de perto do corpo, fingi algumas lágrimas e fui para perto de seus malditos familiares. Ficamos por lá, até os legistas levarem o corpo. Era difícil fingir tristeza no momento mais excitante de minha vida. Fui para minha casa me preparar para o velório, abri a porta de meu desorganizado apartamento e fui a até a geladeira, peguei meia garrafa de vinho que me sobrava, acendi um cigarro e sentei-me no sofá.
Agora eu tinha uma nova vida. Finalmente solteiro e pronto para um novo ataque, as unhadas daquela vadia ainda doíam em minhas costelas, quase uma semana e ainda não havia limpado o sangue. Já havia me livrado de meu velho revolver e bastão de baseball. Lembrei-me de tudo que havia acontecido, todo aquele desentendimento e tudo mais que rolou.
Fiquei fascinado pelo cadáver. Se eu soubesse da beleza da morte, não o teria jogado no matagal, mas era só minha primeira vez. Eu tinha um longo caminho pela frente. Lá pelas sete da manhã, já estava esperando meu jornal diário. Ouvi a campainha tocar e olhei pelo olho mágico. Era meu velho jornal, só que no lugar do patético entregador, uma formosa jovem o segurava...
Ass: Mattüs
Louvada Seja a Demência
Doze horas já havia se passado e eu continuava bastante nervoso com essa merda, o efeito do ácido parecia que nunca ia acabar. Continuava vendo aqueles malditos corpos ao meu redor com o odor de pobre flutuando suavemente no ar. Todos os meus demônios bem na minha frente, de joelhos e implorando piedade, piedade esta que obtiveram, pagando com suas vidas através da lâmina de minha faca. Eu precisava ver seu sangue jorrar incessantemente. A carnificina fascinava meus afetados neurônios. Tudo parecia estar derretendo enquanto eu sentia que estava dentro de um paraíso mortuário. Os Mais profundos desejos de carniceria brotavam enquanto a realidade se dissolvia diante de meus olhos. Não tive pena daquelas miseras criaturas: lembro-me que em um instante estavam todos a rir de mim, chamavam-se de fraco e duvidavam de meus ideais, até que mostrei o quão imensa era minha incapacidade, cravando a faca em seus olhos, ouvidos e estômagos. Banhando-me em sangre fresco, mordendo sua carne fervente e devorando suas podres entranhas, provocando um perfeito momento de diversão ímpia e fugaz....
Roupas? Pra quê Roupas, se minha nudez representa minha pureza? E agora despido em minha santidade avisto uma jovem moça mais distante e com a jugular ainda escorrendo sangue latente, amputo sua língua e coloco em contato com a minha, para assim, sentir o doce sabor do beijo da morte. Eu tinha o poder de um juiz, tirei vidas em nome de minha própria justiça. A Morte havia me encomendado todas essas obras, o momento em que o selo lisérgico tocou minha língua. Eu era como um artista da morte e assim, Matar era a Arte Suprema! Todos aqueles cadáveres eram minhas pequenas obras, frutos de minhas demências apaixonadamente enfurecidas. Eu era o próprio ceifador de vidas... Deu$? Não precisava daquele bastardo, nem de seu filhinho hippie com seus doze namorados, agora eu tinha o dom da destruição, bem representado no metal afiado que carregava em minhas mãos. Sendo assim, declarava mim mesmo a abolição dos pecados, leis e toda essa porcaria. Minha sala representava um universo novo, um mundo novo e de cultura genocida, um lugar onde matar era belo e simplório. Eu sentia o ácido em minha mente e o todo o calor fugindo dos defuntos. A carne sem vida me excitava, motivando assim, o culto a necrofilia. Masturbava-me, olhando cheio de glória, as carcaças despojadas naquele chão imundo.
E logo no ápice de minha alegria o efeito começou a ser negativo. Meu universo estava ficando turvo, assim como minhas idéias. Eu estava sendo consumido por meus delírios e caindo ao chão. Era a maldita consciência chegando acompanhada de um forte sono. Deitei-me livre, respirando profundo, pois amanhã mais nada teria graça, a realidade viria à tona: eu estaria caído na solidão de meu lar, cercado pelo nada. Toda aquela santa viagem teria sumido no dia seguinte. Em meu sono mais profundo, continuava a delirar nas mais intensas orgias sangrentas. No dia seguinte, com o fim da nóia lisérgica, a maldita luz esbofeteava minha face, assim que abri meus olhos, já sabia que a lucidez havia chegado e que minha vida havia voltado ao lixo. Tudo voltara ao normal, sempre voltava e ter meus malditos problemas do dia a dia, problemas estas, que haviam aumentado. Pois, para minha surpresa, os corpos continuavam lá...
Ass.: Mattüs
De Volta ao Planeta Lamma
E ao me enxergar no espelho da humanidade, eu estava representado num gordo saco de lixo. Ao dar um passo à frente, fiquei a poucos centímetros de meu verdadeiro reflexo, percebi que de algumas perfurações no saco escorria o liquido branco e visceral. Em um movimento com a cabeça meu nariz tocou o espelho, que tremeu sua superfície como águas ondulando. Fiz o formato de concha com as mãos e as introduzi para dentro desse novo portal. Quando elas retornaram estavam cheias de puro pus, para que assim, eu pudesse me remediar dos venenos do mundo. Bebi com a sede de uma larica aquele pus latente e com mais um passo a frente, eu estava diante do inacreditável...
Uma única e extensa rua rumando ao infinito e em ambas laterais, a imagem da desgraça: imensos televisores de uns vinte andares sintonizados na mais pura ignorância humana. O espaço que separava essas imensas construções formava obscuras esquinas. Esquinas estas, habitadas pelos seres mais repugnantes desde universo: a tradicional família brasileira. Criando um certo desprezo por tais figurantes olhei a longa estrada a minha frente e decidi começar minha peregrinação rumo ao nada, de olhar fixo num horizonte imperceptível. E, aos primeiros passos, sentia bíblias sendo atiradas em meu corpo, e tal fato me fez perceber que jamais deveria desistir. Afinal, sentia nas pancadas a fúria dos filhos de Deu$. E, com certeza, assim eu também estaria incomodando o Pai.
Caminhei durante anos com o sol a pino. Fome já havia me cansado de sentir e com o tempo, minha roupas já haviam se livrado de meu corpo raquítico. As fezes escorriam por meu anus, provocando ferozes feridas pelas assaduras e ao sentir necessidade de mijar, eu adorava apontar meu pau em direção de minha face, para assim, o calor ser aliviado. Era uma jornada sem sentido em busca da razão, e ao mudar a vista de relance para as imensas construções da ignorância, percebi que uma delas exibia imagens do interior de uma casa com diversos jumentos. Alguns estavam comer capim fresco, outros na beira da piscina como se quisessem exibir seus esbeltos cascos para alguém e os mais ousados simulavam sexo. Adorei tal esquina, afinal todos estavam hipnotizados a assistir tal iguaria e desistiram de me atormentar com a pesada palavra do Pai.
A cada mês que se passava, eu adquiri o hábito de arrancar um pentelho de meu púbis e o guardar na boca, para que assim o tempo não roubasse minha consciência. E pelos meus cálculos, já havia se passado cinqüenta e dois anos marchando em busca do sentido da vida, até ter meus passos travados pela incrível visão de um imenso altar ao longe. Fiquei tenso, afinal minha jornada havia chegado ao fim. Tirei forças do cansaço e corri até uma longa escadaria que dava ao topo do altar...
Com o passar do tempo, minha barba imensa só perdia espaço para meus longos cabelos, que se uniram formando gigantescos dreads sujos e meu único amigo, o Sol, transformou minha palidez anêmica na mais bela negritude. Continuei minha escalada rumo à sabedoria e ao chegar no último degrau percebo violão apoiado na horizontal dos braços um belo trono dourado. Caminhei derramando lágrimas sanguinolentas ao ver a imagem do meu descanso. Aproximei-me e percebi outra peculiaridade: o violão só possuía uma única corda. Para mim, uma única chance de mudar o mundo. Mesmo assim, não hesitei em tomá-lo em minhas mãos e sentar-me. Meu traseiro finalmente tinha paz. Passado tanto tempo, o pus já havia cansado de escorrer de minhas velhas assaduras. Olhei para todo o trajeto percorrido e avisto uma multidão zombificada ao chão. Todos os meus algozes, todos que me escarneceram ao longo do tempo, estavam lá com as faces sem expressão a me observar. Eu não sabia o que fazer diante de tal cena, e empunhando o violão em posição de toque, comecei a bater na corda incessantemente, gerando sons desafinados. E ao ressoar do ruído, lá embaixo o movimento apareceu e, em atos ferozes, começaram a rasgar suas roupas e se beijarem. Uma imensa orgia escatológica se formava ao som de minha canção de uma nota só. Famílias inteiras se unindo em prol de um fabuloso incesto eterno. Homens beijavam homens, mulheres lambiam outros mamilos femininos, todo mundo chupava todo mundo. E assim, tal humanidade feroz demonstrava que minha jornada não havia sido em vão. E com certeza, não haveria maneira melhor de descobrir o sentido da vida, se não em uma orgia que duraria algumas eternidades.
Tossi o velho catarro entalado há meia década e proferi versos divinos:
“Amor é ilusão!
Casei com Mulé de Segunda Mão.
Porque Mulé que já teve mais de um homem na vida
Não se acostuma com um homem só não...
Mas mesmo assim,
Amor volte pra mim!
Eu não me importo se você foi Arrombada
Nas madrugadas pelos canalhas... “
Sentia o sangue da felicidade escorrer de meus olhos cheios de remelas e imundar o chão com pura sabedoria. Afinal, ao pronunciar tais versos, as grandes TVs malignas ruíram até se resumirem a um imundo pó ignorante...
Lixxxxxxo: Os versos inseridos foram adaptados de canções do lendário Damião Experiença, a salvação da Anti-música brasileira...
Frutos de uma Existência Falida
Já passavam das duas da madruga e eu continuava metido naquele maldito boteco, observando fixamente meu último Holywood. Minha existência nunca estivera tão mórbida: meu pai acabara de ter um derrame e meus credores continuavam a me importunar no celular. Sempre tive um ódio natural pelas pessoas, todos viviam melhores que eu, eu era um zé ninguém, só me restava esperar os dias passarem e ver tudo piorar.Aquele barzinho era minha fuga, estava livre de todos os meus problemas, sentia minhas desgraças desaparecerem em um mero copo de cerveja. Quando penso em minha existência, percebo que não vale a pena viver, sinto todo um vazio em minha vidinha bosta e, agora encontro no álcool uma fuga, um fragmento de felicidade. Meu celular já havia tocado milhões de vezes, acho que Pussy já estava carente em casa. Desde o acidente na fábrica ela nunca mais havia sido a mesma, nem o Prozac simulava seu sorriso, ela estava átona e nosso casamento havia congelado nos sentimentos. Eu caminhava descontente em direção ao carro, quando percebi uma jovem ninfa sentada na calçada. Resolvi me aproximar e comentei:
- Ficar sozinho é um saco não é?
- Por trinta paus, tiro sua solidão!
- Você é bem espertinha, mas eu cheguei sem segundas intenções... É melhor eu me mandar, minha esposa já está aperreando demais...
- Bem, por cinqüenta contos, dou uma noite inesquecível pra você e a vadia!
Essa poderia ser uma boa oportunidade para reavivar meu amor com Pussy, e não pensei duas vezes:
- Entra aí! E a propósito: se chamar mulher de vadia novamente, te mato!
- Beleza querido!
No caminho, ela me contou que se chamava Brigitty, ou Briggy para os íntimos, tenho certeza que esse não era seu nome verdadeiro, mas pouco me importava. Se ela também tivesse algum nome pra sua xana, aí sim, poderia me interessar. Cheguando em casa, pedi que ela esperasse no carro. Assim que abri a porta, minha querida esposa, em sua pesada cadeira de rodas, foi logo indagando:
- Quem é essa puta?
- Calma querida, ela é a solução para os nossos problemas...
- Você ficou maluco? Em que uma quenga pode nos ajudar? Tu és um canalha, Paul!
- Fique tranqüila, eu sei o que estou fazendo!
- Quero só ver onde isso vai parar, seu puto!
Fiz o sinal para que Brigitty entrasse, e nos sentamos. E lá estávamos nós: eu e a vagabunda no sofá e Pussy me olhando com a cara mais feia do mundo, parecendo que ia me devorar. Ela não entendia bem o que se passava, Briggy tentava ser educada, mas já estava ficando cansada das desaprovações e olhares carrancudos de minha mulher. Peguei algumas garrafas de vinho, e lá pela quarta eu já estava com a cara enfiada nas tetas da pobre ninfeta. Decidimos ir logo para o quarto, peguei a patroa no colo e levei-a para a cabeceira da cama. Voltei para a sala e entre os chupões e amassos, deixei-a só de calcinha. Levei-a para o quarto e tenho uma surpresa, minha entediada esposa já estava completamente nua. Só esperando pela sacanagem:
- Resolvi entrar no seu joguinho Paul, já saquei qual é a sua!
- Eu disse que não se arrependeria...
Briggy fez uma cara de desconfiada com o comentário, mas pouco importava pra ela, logo estaria com sua grana e sumiríamos de sua vida. Finalmente estávamos os três na cama... E a orgia começava:
- Hey vadia, chupa minha xoxota! Quero ficar molhadinha pru meu macho...
Briggy já devia estar puta da vida com o comportamento de minha esposa, mas como boa escrava sexual, obedeceu a ordem. Ela prostrou-se de quatro na cama, abaixando seu rosto para chupar minha mulher e empinando sua linda bunda em minha direção. Ela era puro tesão: sua bucetinha era rosada, enfiei meu indicador pra dentro e senti o calor de seu corpo. Eu não agüentava mais: dei aquela cuspidela na mão, esfreguei em sua xota e fui matar minha fome de prazer...
E comecei a meter bem devararinho e já ouvia os primeiros gemidos da mocinha:
- Vai seu puto, Me come! Fode minha xoxotinha!Vai...Vai...Ai...Aiiiii...Ahhhh...
Pussy estava delirando também, dava pra ver Briggy exorcizando seu clitóris com a língua. Dava pra notar o sentimento em sua face: seus olhos estavam fixos na cara de Briggy. Ela esfregava de leve a mão em seu mamilo e segurava forte o cabelo da ninfa implorando por um êxtase sexual:
- Vai sua puta! Mete a língua lá dentro! Entra em mim com essa língua... Entra em mim, vadia...Tsssssss...
O desejo carnal por aquele rabo fazia meu corpo entrar em delírio, meu pau entrava naquela bunda monumental, em movimentos contínuos, cada vez mais rápidos, cada vez mais perto de gozar... Fechei meus olhos e viajava no mundo do prazer, estava quase no ápice, morto de tesão, um delírio acima do normal, quando de repente ela simplesmente foi baixando suas pernas e começando a fazer movimentos desconexos:
- Hey sua puta! Ajeita-se aí porra!
E ela não respondeu, muito pelo contrário, começou a tremer seu corpo e quando abri meus olhos o inferno estava feito: havia sangue na cama... Pussy me olhava fixamente segurando forte o cabelo da puta. Quando olhei pra ela percebi toda a realidade. Uma simples faca de mesa estava cravada em sua jugular. O sangue jorrava sem piedade e o corpo continuava tremendo:
- Puta que Pariu! Você está louca? O que porra você fez?
- Agora o joguinho é meu, não sei o porquê de estar fazendo essa cara. Sabes muito bem que nossos prazeres carnais não exigem que ela esteja viva... Agora dê um jeito que acabar com essa porcaria...
Eu não entendia aquilo, minha mulher nunca tinha surtado dessa forma antes, ela estava louca. Não sabia o que fazer, mas eu precisava acabar com aquilo. Corri no quarto ao lado, e em menos de um minuto voltara empunhado de um martelo. Mirei seu crânio sem nenhuma piedade. Bastaram duas batidas para acabar com sua agonia. O ato estava consumado, olhei para Pussy e novamente pedi motivos:
- Só me diga uma coisa, porque tudo isso?
- Porque eu te amo!
- O que? Você me ama fazendo uma loucura dessas?
- Sei que você a trouxe para salvar nosso casamento, para nos unir. Agora estamos juntos por ela, temos um segredo e nosso amor está de volta. Recuperamos nossa essência e nosso prazer está em alta, precisávamos disso. Essa mulher trouxe nossa realidade à tona: despertei meu sadismo com ela para podermos ter nosso amor novamente e agora tudo vai melhorar entre nós... Eu sei disso... E agora quero te amar como nunca!
- Na final das contas, te acho louca! E também te amo!
O que fizemos seria correto? Seríamos loucos? Pensei nisso, momentaneamente, e percebo que eu havia voltado a minha antiga natureza. Meu amor por Pussy havia sido salvo pelo sangue derramado... Estávamos vivos novamente, em chamas. A morte também despertava um viço em minha pessoa. Eu olhava para aquele cadáver e sentia vida nele, sentia o calor de seu sangue fresco. E tenho certeza que minha amada ia dar continuidade ao nosso momento de glória. Olhei para seus olhos e como que num ato telepático percebi que agora era o momento de começarmos nosso ritual amoroso. Virei o corpo de frente: ela estava linda em nossa cama. Pussy continuava sentada na cabeceira, fui até lá e dei-lhe um beijo em homenagem ao nosso sentimento (agora eternizado). Coloquei-me aos pés da cama, abri bem as pernas da defunta e fui por cima de seu formoso corpo. Introduzi meu pau em sua ainda molhada vagina e recomecei a fuder, mas agora havia sentimento, havia amor. Olhei para minha querida mulher e dei um sorriso, desci a vista para a doce Briggy e olhei fundo em seus belos olhos, sua sangrenta face me comovia. Não sentia asco de sua pessoa e sim agradecimento, pois ela realmente havia nos dado a noite mais inesquecível de nossas vidas.
Ass.: Mattüs
X³ + 4y = J.E.S.U.S. (Jeová Estuprador Satânico e Unificador da Sacanagem).**
Nas entranhas de minha sobriedade, resolvi entrar no ritmo da psicodelia anal e efetuar um simbólico atentado ao reto da minha linda donzela. Fui tomado por um sumo horror: enquanto meu indicador passeava entre suas nádegas, senti a ausência do pomposo orifício. E entre as lágrimas recheadas com catarro, ela me declama sua deficiência e recita o terrível hábito de vomitar suas fezes moles. Fui tomado pelo espírito da depressão, meus traumas eram muitos – meus pais tinham o terrível hábito de me obrigar a transar com nossa empregada Chica, doce mulher de 112 quilos e muitas verrugas genitais, por puro requinte de crueldade – e não agüentaria mais tanta pressão, resultado: caí de cara no lisérgico. Comecei a esquecer de minha existência e a delirar profundamente.
Abri meu olho esquerdo e senti o perfeito cheiro da verdade. Estava mergulhado até a cintura em uma piscina cheia de fezes e vômito. Notei muitos padres ao redor pedindo uma certa clemência. Por que sair de tão maravilhoso lugar? Uma terrível dúvida me corroía as entranhas, até que comecei a sentir um forte prazer em meu mijador ejaculatório, enfiei minha pura mão na merda e logo puxei uma solução: um estranho homem de uns trinta centímetros pregado em uma cruz de madeira podre. Tinha uma cara assustada e carente, barbas molhadinhas e pequenas mãozinhas sebosas. Ele me olhava com seus pequenos glóbulos solitários. Gritava histérico, chama-me de Pai e pedia o perdão de todos os seus brothers. Dúvidas e mais confusão, não entendia mais nada em toda essa porcaria. E pela mais sacana falta de certeza, resolvi enfiá-lo em sua origem e deixei que continuasse o bom serviço. Sentia sua boquinha torta chupando meu fodedor barato, ele passava a língua no cancro com muita delicadeza, fazendo brotar o orgasmo de meu ser... Eu estava no ápice da vida, o gozo eminente, a suprema chupação cristã, novos delírios de esquecimento e, finalmente, fui devorado para uma nova dimensão...
Ergui a vista e uma linda ninfeta estava chorando em meu colo. Eu estava banhado em catarro, ele escorria em meu corpo, dando-me todo um brilho viscoso e sexy. Pedi que a mocinha se acalmasse e cortasse seu inútil choro. Observava seu belo rosto tomado de acnes, percebi um certo amor por sua pessoa e a beijei. O sabor do catarro distorcido com sua saliva acalentava meu sofrimento... Senti algo diferente em sua boca, parecia brotar de sua garganta. Puxei com a língua e senti um gosto travado – sabe quando você come bananas verdes e o sabor trava em sua língua? Praticamente a mesma coisa – e quando menos esperei, vomitou em mim suas fétidas fezes magras. Todo o amor que eu sentia agora estava resumido em merda, conclusão: fiquei mentalmente excitado. Agora precisava ativar a prática, por isso tomei alguns afrodisíacos (lindos comprimidos azulados e infartantes). Efeitos defasados, narcóticos suplementares, comprimidos antiparanóia tramando contra seus usuários e a mulher em meu colo começou a ficar embaçada e eu deliri... Esquec... Ahhh...
Uma aleluia para a clareza, uma nitidez verossímil: estava mofado em frente de meu PC escrevendo um pseudotexto de anti-arte quase moderna para um fanzine fracassado... Seria este o meu lado consciente? Nunca saberei a verdade (inútil acordo entre pobres mentirosos). Sinto-me lisonjeado por estar num mundo real e desejo despejar todas as minhas impurezas terrenas. Logo, sento-me no meu vaso dourado para o descarrego fecal* e estranhamente começo a vomitar...
*Quando os movimentos de massa conseguirem deslocar o conteúdo cólico para o reto, ocorre um tipo especial de reflexo, o “reflexo de defecação”.
Ass.: Mattüs
Vermes Enfermos (Molestando Niños Muertos)
Acordado pela falta de calmantes, nem os vermes recém-nascidos em minha pia, traziam-me aversão... Mas o barulho ensurdecedor dessas malditas crianças estava preenchendo meu cérebro com as mais puras idéias escatológicas... A decadência de meu ser havia se tornado uma suprema virtude: para a felicidade, duas pílulas pela manhã e, para retornar ao estado mórbido, um pequeno comprimido vermelho pela noite. Bem, mas a vontade de descarnar meus pequenos semelhantes, ainda bem, essa continuava instantânea. Há dias sem saber o que era comida, pelo menos lembraria dos prazeres de minhas diversões sádicas.
Um pouco de raciocínio lógico, eu enquanto me deliciava sentindo a textura divina daqueles nobres vermes que cultivei: remexiam-se em minha língua, tentando escapar, mas eu era um verme maior e, esmagava suas carcaças anelídeas com meus dentes podres. Vidas eram cessadas tão facilmente, e, não seria uma mera criança, diferente de meus queridos semelhantes, cultivados em meio à podridão de minha existência. Apareci sorrateiramente na janela e avistei um garotinho loiro, de uns cinco anos. Ele estava com uma bola de futebol nas mãos e sorrindo para seus companheiros. Avistava sua brincadeira, sua felicidade ao entardecer, e que para minha sorte, todos os seus amiguinhos iam desaparecendo. Restando apenas ele e seu singelo brinquedo, eu também havia achado meu brinquedo favorito. Uma antiga furadeira elétrica, em minha caixa ferramentas, seria o suficiente para criar a perfeita mutilação...
Abri minha janela, e do longínquo horizonte, fiz um gesto chamativo com meu indicador... Ele apontou para seu inocente coração, questionando o chamamento. Repeti a convocação com a mão e ele veio como bom garoto que era... Deixei a porta aberta para sua entrada triunfal. Escondido atrás da porta com a furadeira em mãos, e somente esperei sua sombra atravessar a sala para trancar a porta e aprisionar sua alma em minha felicidade. Simplesmente, olhando-me com cara de assustado, não teve muita escolha: empurrei-lhe contra a parede, tapando sua boca, e liguei meu singelo brinquedinho... Expus aquela sensacional broca ligada em sua face. Ele me mordia com força, fazendo o sangue escorrer de minha mão, mas mal sabia ele que seja de quem fosse o sangue, isso só aumentava meu prazer. Mirei em seu olho esquerdo a uma distância de mais ou menos um metro, e fui aproximando a broca ligada, paulatinamente... Adorei me divertir: aproximava a broca rapidamente e depois afastava, era fabuloso o terror em seus olhinhos puros. Suas lágrimas se misturando ao meu sangue davam um impulso ao sentimento necessário para, perfeitamente, eu sentir seu sangue espirrar em meu corpo e perfurar seu olho, crânio e puros miolos... Aquele barulho ensurdecedor da furadeira perfurando sua carne era música para meu torturado juízo...
Larguei seu corpo se debatendo no chão, desliguei a furadeira e olhei para a sua ponta banhada em sangue... Suavemente passei a língua em sua ponta, para sentir o sabor de seu sangue inocente... Que Deus aguardasse mais um anjinho, uma pobre alma, mas a carne seria toda minha, todinha minha... Deus ficaria com seu espírito santo e eu com toda a sua santa carne mutilada... Tirei suas roupas ensopadas de viscoso sangue e observei aquele novo cadáver pronto para ser profanado... Profanação esta, que seria sadicamente perfeita, pois minha furadeira já estava religada e a apenas cinco centímetros de seu anus cheio de pregas...
*Náuseas: É apenas um rascunho-lixo. Esse texto foi feito com bastante preguiça, e realmente com crianças jogando futebol na rua. Não temos suspense, nem idéias tão bonitas. Fica aqui, simplesmente, uma impressão: acho que tenho antipatia por crianças...
Vampÿros Lesbos
Ela surgiu do nada, como se estivesse nascido da brisa noturna. E, em questão de segundos, já estava em minha frente despida como a natureza, com um olhar tão letal quanto o seu veneno. Olhou fixamente para meus olhos, aproximou se em passos lentos e deu-me um beijo. Senti sua língua passando entre meus lábios suavemente, existia todo um sabor de sangue que me deixou um pouco apavorada, mas já era tarde, eu estava seduzida pelo prazer...
Seu olhar acabava comigo, ela foi desabotoando minha blusa rapidamente. Abria cada botão com toda uma curiosidade por meu corpo e por fim, senti a blusa cair. Meus seios estavam um pouco suados, os mamilos durinhos, e ela veio com sua boca, beijando meu pescoço e descendo meu sutiã lentamente. Foi quando, finalmente, senti sua língua passando de leve ao redor do meu mamilo esquerdo. O sabor de meu corpo parecia aluciná-la. Ela estava ficando agressiva, foi quando senti sua mão apertar minha boceta. Eu não sentia mais estranheza, nem medo, era como se minha carne não existisse mais, eu era um espírito de luxuria, sentia somente o prazer dentro de mim... Ela começou a esfregar sua mão cada vez mais rápido e continuou a chupar meus peitos, cada vez mais rápido e mais forte... Ahhhhhhhhh... Ela foi descendo sua língua, levantou minha saia e puxou de lado a aba de minha calcinha. E quando senti sua língua chegar em minha xana, o prazer carnal me dominou...
Eu estava escravizada pelo tesão, ela olhava em meus olhos, esticava a língua para baixo, e ia subindo até meu clitóris. Minha nossa! Era o maior prazer da minha existência. Ela começou a fazer mais rápido e eu fiquei molhadinha. Não pude conter meus gemidos, aquela língua passando bem no meio de minha xoxota e dando aquelas mordidelas de leve, isso me deixava doida varrida, parecia que eu estava no paraíso. Comecei a massagear minha xaninha para aumentar a dose de prazer, fui enrijecendo as pernas cada vez mais, prendi sua cabeça entre elas, o gozo era eminente, fui gemendo cada vez mais alto. Não agüentava mais de tanto tesão e... Ahhhhhhh...Ahhhhhhhh...Ahhhhhhhh...Ahhhhhhhhhhhh...Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...
Eu havia tido o melhor orgasmo de minha vida, nunca senti um prazer como aquele, era além do prazer... Ela de repente parou a movimentação, enfiou a língua em minha vagina e começou a fazer alguns movimentos até que excitantes, mas algo estava errado, eu sentia sua língua ir fundo em mim. Quase que ao tamanho de um pinto. Ela passava por todo o meu interior, sugando todo gozo, como se recolhesse tudo o prazer que eu havia sentido, minhas energias. Ela ficava cada vez mais agitada como se estivesse faminta por mais... Comecei a sentir uma dor muito forte em meu ventre, como se ela o estivesse sugando todo o meu interior... Minhas forças estavam acabando. Eu me sentia fraca, muito fraca, tentei bater em sua cabeça, mas já era tarde demais, desmaiei ali mesmo...
De leve eu sentia os raios do Sol batendo em meu rosto, eu estava debruçada em minha cama, totalmente vestida, como havia chegado em casa. Não havia ninguém, eu estava sozinha novamente, ela havia sumido como a brisa que a trouxera. Ela tinha sede de prazer, era eu era o seu alimento. Meu gozo representava sua energia, sua fonte de vitalidade. E agora me sinto escrava de tal prazer, preciso senti-la em mim, preciso de sua língua em meu corpo. Eu não entendo com o tudo isso aconteceu, talvez nem queira entender. Agora, fico orgulhosa de ser vitima do prazer, debruçada em minha cama estou relaxada, pois eu sei que logo a noite chegará...
Ass.: Mattüs
Histórias Pra Belzebu Dormir
Parte I: O Porteiro
Deve-se imaginar uma cidade pacata, daquelas em que sorrisos vazios são seguidos de um “Bom Dia!” ético. E, logo, naquele morro onde todos dizem ser mal assombrado, está o morgue “São Cordeiro”, mais um daqueles necrotérios em que no mais árduo dia de sol, nuvens escuras e raios sempre estão estáticos em cima de tal velharia. Construído no Brasil colônia, foi inaugurado pelo próprio Getúlio Vargas, como sendo o necrotério mais moderno da América Latina. Hoje, não passava de um prédio podre, com musgo fresco crescendo em seus muros e portas de madeira enegrecida pelo tempo. Ao abrir a porta, dá-se de cara com uma pequena escrivaninha, dotada de alguns papéis desorganizados e habitada por Frederick, sujeitinho careca de pouco mais de 1,70 e possuidor das mais terríveis verrugas na cara. Tais pontinhos pretos pareciam escorrer pus, mas em questão de segundos, Fred passava sua mão suja em cima para limpar os excessos. Seus olhos esbranquiçados não expressavam sentimentos (nada mais conveniente do que ter olhos sem vida em um necrotério). Ele costumava sempre deixar a porta aberta para avistar a cidade, apesar do caos urbano não ser nada atrativo para sua pessoa. Rapidamente, em um impulso quase que automático, apoiava seu cotovelo sobre a mesa e encostava sua mão na boca, com a palma apoiada no queixo e os dedos tocando os lábios. Sempre que se sentia só, e estava em tal posição, começava a lamber a ponta de seus dedos. De longe você perceberia que os dedos estavam com um liquidozinho amarelado nas pontas. Era engraçado imaginar que a solução para a solidão de Fred era comer o próprio pus.
Era mais uma manhã de segunda e, enquanto o Doutor não aparecia, Fred desfrutava das mais belas mulheres em revistas com páginas coladas na gaveta da escrivaninha, uma punhetinha antes do expediente o ajudaria a aturar mais um dia de trabalho enfadonho, e ao terminar seu serviço matinal, voltava à mesma posição e hábitos, o que nos faz crer que além de pus, ele degustava outras iguarias. Sua família se resumia as baratas que empesteavam seu quarto 2 x 3 nos fundos.
Sentiu vontade de erguer-se e foi até a porta, viu o jardim cheio de ervas daninhas, a morte havia dominado as belas roseiras que um dia foram cheiradas por Vargas. E ao longe, percebeu uma triste figura a caminhar aos portões do estabelecimento. Com um sinal, acenou que bastava puxar o ferrolho que o portão se abriria, e ela o fez... Aproximou-se uma senhora de pele pálida e com profundas olheiras, e depois de segundos parada na frente de Fred soltou em voz resmungativa:
- Vim pegar o atestado de óbito de meu marido!
Ele entrou e acenou com a mão que ela entrasse sem dizer uma palavra, sentou-se em seu altar burocrático e começou a mexer nos papéis em sua mesa, em um breve momento a senhora já estava sentada em sua frente. Ele a olhou brevemente nos olhos e finalmente apareceram suas primeiras palavras:
- Eu iria pedir que se sentasse, mas pelo que vejo, com a senhora não existem cerimônias.
E ela não deixou barato:
- Estou surpresa! Jamais esperaria tanta educação de um escroto como você...
Com tal comentário, foi automática para boca de Fred, a feliz expressão:
- Puta!
E começa a partida:
- Pelo menos tenho bom gosto para fuder! Sua mãe é que deve ser mais bizarra, pra colocar no mundo uma criatura tão podre como você! Me entregue logo essa bosta de atestado que preciso ir...
Fred se levantou e foi até atrás da porta onde abriu um arquivo e de lá puxou uma pasta com um nome escrito:
- Everaldo Oliveira?
- É! Me dê logo isso!
Ele estendeu sua mão e entregou a senhora que logo, pôs-se de pé:
- Agora vaza daqui, estou muito ocupado pra perder mais tempo com você!
- E se eu não for? O Machão ai vai fazer o que?
E com um simples passo a frente, Fred a encurralou entre ele e a escrivaninha, segurou-a pelos braços e deu-lhe um beijo. Ela não teve reação agressiva e simplesmente ficou imóvel. Dessa forma, foi descendo rapidamente as mãos por sua cintura e deslocou-as para a bunda. Eram nádegas até que bem torneadas para uma velha tão acabada. E o beijo seguia longo, línguas em movimentos rígidos e contínuos por dentes podres. Logo, sentiu seu pau levantar e não resistiu em dirigir sua mão direita para o frontal. Ergueu seu velho vestido para que a mão penetrasse na carne, foi sentindo suas coxas, e finalmente, seu ao seu objetivo. Puxou sua calcinha lateralmente, e massageou, lentamente, seu clitóris. Sentiu-se bem, sentiu-se em um mórbido paraíso, e quase viu Deus, quando notou lindos nódulos molhadinhos. Ela também tinha verrugas e logo, em uma parte tão sutil. Ele associou as que possuía na cara e começou a sentir algo especial, algo de bom brotou dentro de sua perturbada caveira, sentiu por um instante que eram almas gêmeas. Sua amada permanecia imóvel, somente a trabalhar os lábios e língua na boca quase desdentada de nosso herói... Porém, ao descer o dedo do meio pelas barbatanas genitais e enfiá-lo dentro de sua xota, ela puxou a cabeça para trás e libertou o que realmente estava sentindo:
- Sua boca tem gosto de Porra!
Fred voltou o passo que havia dado e um pouco que ofegante, simplesmente apontou para a entrada. Ela caminhou com um sorriso humilhante e dede leve deu uma puxadinha para que a calcinha voltasse ao seu lugar de origem e com sua figura sumindo na escadaria. Fred também voltou a sua origem, e baixou a cabeça para pensar no ocorrido. Imaginou que por um instante, pudesse ter um êxtase sexual que havia esquecido com os anos, porém aquilo havia servido para colocá-lo em seu status real de fracassado. Subiu a vista e o ar de rotina havia voltado ao lugar, pois na porta e de olhar fixo em sua pessoa estava seu anti-herói, seu algoz ou simplesmente a encarnação de sua realidade. Finalmente, Dr. Higor havia chegado...
Parte II: Dr. Higor Wolf, o Póstumo...
Ele caminhava com seus passos curtos, quase como se estivesse acompanhando um funeral, segurando uma maleta de couro e seu surrado jaleco. Parou de costas para a escadaria e olhou para os jardins, que pareciam cultivar o desespero. De alguma forma a presença de vida naquele local o incomodava. As ervas daninhas deveriam ser sempre arrancadas, para fazer desaparecer o clima bucólico do local. Sentiu os passos descendo as escadas, curvou um pouco a cabeça e ignorou aquela presença que se esvaía rapidamente. Pouco importava quem fosse, o que importava era não sujar sua vista com mais um ser vivente. Esperou o barulho do portão fechando e subiu as escadas, ao adentrar deu de cara com Fred meio desnorteado se ajeitando em sua cadeira e depois avistando seus olhos. A presença de Frederick não o incomodava, afinal a vida já havia abandonado aquela triste figura há anos. Seguiu em direção ao pequeno corredor ao lado da escrivaninha, e simplesmente ouviu um sussurro zombificado:
- Chegaram três...
E sem qualquer manifestação de atenção, seguiu em frente para sua sala... Ao abrir a porta, sentiu o cheiro de mofo ambiente misturado aos velhos odores mortuários. Uma sala quatro por quatro, com todos os adereços forenses: uma grande estante com várias gavetas, bisturis em cima do criado mudo e vários papéis espalhados no recinto. Avistou a maca em frente com mais uma pobre alma empacotada num lençol. Sentia preguiça, estava fatigado e foi até a estante abrindo uma gaveta. Na volta, empurrando um pouco os bisturis e demais adereços, colocou a peça fundamental para iniciar seu trabalho: uma garrafa de vodka...
Emborcando a primeira dose para despertar, ligou seu gravador e decidiu começar seu trabalho, ao levantar o lençol, sua frieza sarcástica:
- Bom Dia!
Não se imaginava tanta frieza do jovem Higor, garoto que criado por seu avô, adorava histórias de guerra. Passou em medicina, e não teve ninguém para assistir sua formatura. Nunca teve ninguém, sempre sozinho e de poucas palavras e na medicina legal, encontrou paz, pois seus pacientes não se queixavam. Sua vida era dedicada a São Cordeiro, lugar onde se sentia tranqüilo, livre da estupidez dos vivos, e sendo um agente mortuário sagaz.
Começou seus relatórios de áudio:
- A paciente apresenta queimadura de terceiro grau na parte frontal da região craniana, necessitando análise arcada dentária. Existem também perfurações no torso inferior e alguns hematomas no pescoço, indicando tentativa de asfixia.
Desligou seu gravador, e atacou seu remédio etílico. Colocou sua dose e encostou-se na parede ao lado do corpo nu de sua frígida adúltera para suas próximas análises. Apreciava aquele cadáver desfigurado com a beleza de uma paisagem. Serviu-se de mais uma dose. Observava o cadáver com mais interesse, notando coxas roliças, até que bem torneadas. Notava seios firmes com bicos rosadinhos. E por fim uma xana raspadinha com um clitóris bem para dentro, murchinho, volupsuoso... Observou o laudo policial e viu Sharlene Goethe, vitima de um marido enciumado. E indagou ao nada:
- Gostava de pular a cerca não é safadinha?
Dr. Higor estava ébrio, sentia o etanol circular em suas veias, continuava sempre no mesmo movimento de encher seu copo e voltar à apreciação, porém na penúltima dose, esbarrou na cama e num movimento inesperado a mão de Sharlene fez um estirou-se para fora da maca. E sem pensar, Higor abriu sua braguilha, desceu seu zíper e expôs seu pau. Estava ereto até que demais para um bêbado, e ele sabia muito bem o que queria com aquela inocente mocinha. Pela rigidez cadavérica, os dedos ficaram que fechando sua mão, formando o encaixe perfeito. O doutor enfiou seu pênis naquela brecha, sentia aqueles dedos frios tocando seu membro e com sua mão direita sobre a do cadáver apertou os dedos formando um orifício manual. Metia, fodia, entrava e saia sem pena alguma. Tudo em um ritmo de silêncio fúnebre para não despertar a curiosidade de Fred. Sentia mais tesão ao tocar seus seios com a mão que lhe sobrava..Era incrível como aquele buraco frio lhe dava tanto prazer. E, no fim de seu póstumo coito, ejaculou dentro de seu genital improvisado, dispersando o sêmen na palma da mão de sua necrótica ninfa. Alcançou uma flanela com gomos de sangue seco e limpou todos os seus filhos.
Decidiu emborcar a ultima dose e voltar ao trabalho. Enfiou o dedo na garganta e vomitou tudo em uma pia imunda. Sentir o completo efeito do álcool atrapalharia seu longo trabalho, que precisava ser entregue em breve. Sentou-se um pouco para repousar, mas percebeu que seu trabalho precisava ser acabado. Ficou de pé, finalmente passava o efeito de seu paraíso artificial, começava a prestar melhor atenção ao ambiente, quando notou um ruído estranho. Procurou ao seu redor de onde vinha e meio que desnorteado, percebeu que seu gravador estava ligado. A fita estava quase no fim. Ficou sem saber o pensar, sabia que o havia desligado e então decidiu ouvir a fita. Finalmente, sua face ganhava uma expressão de vida, porém uma expressão de pavor, pois no meio da gravação, ouviam-se os prazerosos gemidos de uma mulher...
Parte III : Toninho, Enterrar para Viver
E adentrando ao pequeno corredor, podia-se avistar uma pequena porta ao fim. Com uma girada na maçaneta, conseguíamos ver uma pequena escadaria de uns 13 degraus e um grande terreno de matos crescentes e com uma velha habitação um pouco afastada. Nesse imenso quintal tínhamos cerca de 20 cruzes: era o espaço reservado aos indigentes...
Colado ao imenso muro, nosso novo cômodo era uma espécie de quarto muito pequeno, com aparência repugnante: as manchas de terra vermelha já haviam repintado as paredes do recinto. Tais cruzes possuíam pequenos escritos, alguns números que remetiam às fichas de obituário dos habitantes da pequena necrópole. A paz pairava sobre o ar úmido, e adentrando a terra, os viscosos vermes faziam seu banquete. Penetravam incessantemente a carne, sedentos pela putrefação humana. Milhares de pequenas criaturas expurgadas por todos os orifícios, servindo de agentes mortuários e vingando a natureza contra a brutalidade de um câncer chamado humanidade.
De longe soava alguma música baixa vinda do quarto e de súbito a porta se abriu: uma figura de uns dois metros, com longos cabelos laterais (a calvície havia corroído a parte superior) e barba por fazer. Toninho era o encarregado de enviar os homens de volta ao barro. Penetrando em seu lar, poderíamos notar um velho colchão no chão, algumas garrafas lançadas num canto escuro, uma vitrola velha, que agora deu pra perceber que tocava Vicente Celestino, e duas prateleiras com alguns potes de diversos tamanhos e formas. Caminhava em círculos pelo local procurando pedaços de cruzes velhas e foi juntando tudo próximo ao seu lar. Uma pequena pilha de madeira e papéis velhos foi criada. Para finalizar, uma das cruzes novinhas foi arrancada sem pena e jogada no meio do amontoado, com um ignorante comentário ao ar:
- Depois te devolvo! 704!
Entrou em seu cômodo, trouxe uma velha frigideira engordurada e um dos potes. Fez força e não conseguiu de primeira, somente quando utilizou sua camiseta sobre a tampa, lentamente o pote foi se abrindo e quando cometida tal ação, um cheiro de podre tomou o ar. Simplesmente virou o pote na frigideira e lá se estirou a merenda do dia: um pênis apodrescente com alguns inocentes vermes tentando fuga. Rapidamente acendeu um cigarro e o palito foi usado para iniciar as chamas. E a panela foi colocada com cuidado sobre a pequena fogueira. Os anelídeos se retorciam todos sentindo o inferno em suas rugosas peles. Enquanto isso, nosso carrasco correu para seu lar. Por dentro, uma pequena lâmpada dava uma luminosidade mínima e perto das garrafas apanhou um pequeno vasilhame e um garfo. Colocado próximo a um pequeno retrato, quase que invisível, de sua família reunida no velho açougue que possuíam. E por um momento lembrou-se do passado: infância feliz, chacinas por dívidas, o fechamento de seu meio de vida e pensamos que não se deve entrar em mais detalhes, afinal o Sr. Antonio Siqueira não gosta de comentários sobre o assunto...
Voltou rapidamente, e com o garfo, deu uma virada em sua calabresa humana rodeada de pequenos pontinhos pretos que um dia tinham corroído seu alimento. Preparado o assado, cortou em pequenas rodelas e derramou o conteúdo de seu pote sobre a fritura, era farinha. Mexeu bem, e estava preparado seu saboroso tira-gosto. Tirou do bolso uma pequena garrafa de conteúdo etílico e tomou sua primeira dose metendo a mão numa das rodelas. Sentou-se olhando para as cruzes e isso também lhe trazia lembranças tristes. De alguma forma sentia mágoas olhando aqueles símbolos da morte. Lembrava de pessoas, de decepções e que com o que havia vivido só lhe restava a lição de que Seja em Vida ou em Morte: Tudo Estava Apodrecendo!
Essa era a grande reflexão de mais um escravo do necrotério, mas uma alma apodrecendo em vida, mais um agente mortuário, mais um infeliz... Bem, mais uma dose e uma rodela...
Parte IV: Libido Mortiius
Ela não queria, mas precisou voltar... Superaria a carne a linha entre os mundos? Não sabemos! Mas ela estava lá. De pé no corredor, caminhando carente em passos desconexos. Indo até a última porta antes dos fundos. Andava como se não existissem barreiras e como a porta estava entreaberta adentrou ao quarto batendo de cara com nosso legista deitado e atordoado entre os efeitos de sua embriaguez. Dr.Wolff estava deitado na pequena cama que pertencia a Fred, costumava curar suas ressacas deitado lá. Frederick odiava o cheiro de álcool que sempre ficava em seu humilde quarto, porém contestar o doutor seria sua demissão. Ao abrir os olhos, simplesmente, se deparou com sua paciente caindo como uma parede sobre seu corpo, seus movimentos eram lerdos e havia sangue coagulado por todo caminho deixado no corredor até a cama. Achou melhor imaginar que tudo não passasse de um sonho etílico, e beijou aquela arcada sanguinolenta com voracidade. Agora ele a possuiria totalmente, não importava se em seu corpo prevalecia a vida ou a morte, a idéia de uma musa perfeita com curtas lineares, lembravam-no de quaisquer criatura que fosse bela e assim decidiu ir fundo em sua tara necrófila (ou não).
Mãos descendo e um sarro perfeito acontecendo. Passeava os dedos pelos buracos de facadas, sentia o gosto de sangue podre em sua boca e mesmo assim, aquele beijo não cessava, e ia ganhando voracidades pelo pescoço e orelhas, beijava aquela carcaça como se estivesse enfeitiçado pela morte. E sendo “la muerte” sua vida, aquela ninfa representava tudo o que ele teve durante sua existência. Com o arreio das calças, seu pênis se encaixou direitinho dentro da vagina de Sharlene e todo aquele sangue que escorria dentro de nossa morta-viva parecia servir de lubrificante para o ato. Shar praticamente não se mexia, não nem gemia, nem falava, somente observava a face de Higor e o beijava com certa freneticidade zumbi. Higor não parava: seus movimentos rígidos e contínuos quase que perfuravam o útero alheio. E na primeira gozada nem pensou em parar continuava bastante excitado para um bêbado terminal. Continuava... Metia chupando seu pescoço, metia provando o sabor sanguíneo da língua feminina.
De repente, na pequena janela ouviam-se pingos fortes, chuva forte havia chegado, dando até pra ouvir algum palavrão de Toninho que havia acabado de encerrar suas comemorações graças ao mijo de Deu$. Dr. Wolff pouco se importava com tudo isso, simplesmente precisava sentir os prazeres da embriaguez misturados ao sexo, era a melhor coisa que já havia sentido na vida. E Shar, debilmente, apreciava seu novo amor post-mortem. O doutor passou a meter mais devagar, parecendo sentir que o efeito do álcool passava, passando a prestar mais atenção na cena que se passava, porém sem nem pensar em parar com a experiência. A chuva havia piorado, um dilúvio parecia acontecer. E, mesmo com o forte barulho da chuva, ele começou a ouvir gritos de terror, gritos fortes de desespero. Ora, a cidade não ficava tão distante de São Cordeiro, porém gritos assim eram muito próximos. Bom: Foder, transar, trepar e foder... Gritos Alheios?Fodam-se!
E tudo continuava forte, caliente, até que de supetão a porta se abre, lá estava Frederick todo molhado e, por incrível que pareça, com uma cara de vivo. Travado como estátua e segurando com tremor a maçaneta: estava aterrorizado e todo molhado. Wolff o observou nos olhos por poucos segundos e pode perceber que algo estava errado ali, talvez agora o álcool já tivesse se esvaído no suor de seu prazer. Porém, antes que Fred pudesse pronunciar alguma palavra, alguém o agarrou, empurrando-o para o fim do corredor e batendo com bastante força a porta, fazendo com que a parte interior da maçaneta caísse no chão do quarto. Com isso, o terror já havia se transferido aos olhos de Higor. Principalmente quando sentiu que a mordida de amor em seu pescoço havia se tornado voraz...
Histórias para Belzebu Dormir
Parte V: Versus para o Fim (O Bocejo de Belzebu)
Humanos Temem a Morte
Rezam para Deu$ e a Sorte
E todos Gritavam para Louvar
Mas dos céus, ele fingia não escutar...
E no Inferno alguém escutou
Ouço Bocejos... Ele acordou!
Um Banho de sangue em terra moribunda
Com todos os Mortos saindo das Tumbas...
A Morte renovando incessantemente a Natureza!
Histórias Para Belzebu Dormir
Parte VI: Grind Finalle
Pra quê esperança? Qual o significado de adiar o inevitável? Bom, o fim de Fred pouco importava, mas para Dr. Wolff, uma singela luta era travada no quarto em busca de um adiamento. A cada empurrão, a cada soco, Sharlene parecia avançar com mais sede de sangue. Ela parecia precisar do sangue de Higor para continuar viva (ou morta?), pois tais pancadas arrancavam seus dentes, e em um vacilo de sua preza, atacou seu braço arrancando algum pequeno pedaço e deixando partes de sua preciosa arcada cravada no doutor. Higor já não sabia mover mais forças, o desespero aumentava ao ver a porta trancada pelo desleixe de Fred (que poderia morrer pelo menos dando esperanças a seu chefe e íntimo antagonista). E por alguns instantes, o fato de suas calças ainda estarem arriadas, lhe causava vergonha.
A luta continuava nos empates: um soco ou empurrão e Shar ia parar caída do outro lado do quarto, mas vagarosamente se levantava para um novo ataque, enquanto isso Dr. Wolff tentava de toda forma arrombar a porta e, finalmente, conseguiu subir suas calças. Num novo ataque, a mordida foi próxima ao “beijinho” no pescoço, o que só aumentou desgraçosamente a dor. Higor tentou afastar a boca de Shar com as mãos, resultando numa situação em que ambas as mãos estavam em sentidos opostos na boca de seu ex-amor. Uma segurava a parte interior e vice-versa. Uniu suas últimas forças, talvez alguma sobra de inútil esperança, e de um golpe arrancou sua mandíbula, Shar caiu se debatendo de alguma suposta dor ou incomodo de não poder dar mais seus suculentos beijos...
Com sua amada em estado de “convulsão post-mortem”, Higor conseguiu arrombar a porta e se dirigir a sua sala. Ainda estava meio cambaleante pelos ferimentos quando conseguiu pegar sua velha arma. Percebeu pelo corredor, dois rastros de sangue: um provavelmente de Sharlene, pois o sangue estava coagulado, e outro caminho que partia de sua sala para os fundos do necrotério. Esse segundo era denso e fresco, provavelmente, Fred havia sido trucidado por algum amiguinho de sua necrótica musa. Foi para frente e viu a paisagem do inferno na terra: cadáveres eram avistados por todo o caminho, alguns estavam rodeados por mortos-vivos se banqueteando ferozmente. A cidade estava com alguns focos de incêndio que nem o temporal conseguiu apagar. A dor pairava na paisagem urbana, os velhos habitantes voltaram para uma revanche contra os vivos...
Higor ficou lá pasmado: ao longe reconheceu até um de seus clientes a beira do portão: o senhor Everaldo Oliveira estava de pé e com olhos fixos em seu santo doutor, e creio que louco para apertar sua mão, pois logo adiantou seus passos zombificados em direção ao Dr. Wolff. Com a boa mira que tinha Higor não erraria o primeiro tiro, mas errou. E, o Sr. Oliveira continuou sua maratona zumbi somente até as escadarias. Pois, o segundo tiro o acertou em cheio na cabeça e o fez “desfalecer” no chão. Isso, porém, foi um lapso de nosso Herói, pois os outros clientes ouviram e começaram a se guiar em sua direção. Higor correu em direção aos fundos e para sua surpresa Shar estava de pé no mesmo. Continuou em passos rápidos atirando em Sharlene e que também foi “morta” por seu mais novo amante (realmente, ela não tinha sorte com os homens). Chegando até porta que dava no quintal, percebeu ao longe algo que lembrava um braço, e, que provavelmente pertencia a Fred. A porta do quarto de Toninho estava aberta e de lá, ouviam-se gritos misturados as mais belas batidas de bossa nova. Agora, por fim, percebeu que estava em sua mais clássica crise de sofrimento: Esperança? Pra quê? Finalmente, percebeu que desde o começo viver era inútil, que Deus era inútil, que a sociedade não valia nada e que provavelmente o sexo deveria ser tão fútil quanto a acreditar no “vencer na vida”. Tranqüilizou-se e tudo se dissolveu por completo, quando ao focar sua vista no cemitério, percebeu que as primeiras mãos já brotavam da terra.
Uma idéia na cabeça... Um revólver na boca... Bang!
Ass.: Mattüs
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Morttüus Art Manifestüs
Correspondendo a nossas necessidades putrefativas, resolvemos trazer a tona tal manifesto, defendendo como nova manifestação artística (ou anti-artística) o grandioso ápice vital de todos os tempos: a Morte. Desde o inicio, tal fato de ação determinista sobre a humanidade foi abominado e de muitas maneiras tentou-se apagá-lo através das religiões, mas com a chegada de nossa contemporaneidade, comprovamos sua pura existência como o cessar da vida e, agora tentaremos comprovar que tal fim representa o inicio de uma obra, onde todo sublime cadáver representa uma manifestação de conteúdo inteiramente artístico.
Com a chegada do século 21, contemplamos o assassinato de humanos como sendo uma ação corriqueira de nosso dia a dia, com isso o suposto significado sagrado da vida perdeu seu sentido. Pessoas perderam seus valores como seres viventes e naturalmente a raça humana caminha para sua autodestruição. A morte em nossas temáticas não passou a ter um novo significado, somente ganhou uma nova visão sobre os olhos de seus apreciadores. Porém, deve-se notar que não seria qualquer assassinato uma manifestação da arte necrótica perfeita, exige-se uma espécie de contemplação cadavérica, presente intimamente nos saudosos serial killers. Um assaltante ao cometer latrocínio não está sendo um gênio mortuário. Suas vitimas não passaram de um acidente, e não ocorreu nenhuma análise tanatológica do(s) morto(s), sendo assim excluímos qualquer característica de artista ao feitor da ação. Porém, os transeuntes que venham a observar com emoção o fruto de tal ignorante ação, dão uma característica de obra artística ao defunto, nesse caso, podemos plenamente afirmar que ocorreu o fantástico caso, de uma obra de arte não ter autor.
Com a chegada da cultura Gore/Splatter nos cinemas e música, tal manifestação foi estabelecida de maneira formal, documentários como “Faces of Death” são assistidos com fanatismo por seus expectadores, que o observam com um grande e sincero prazer sobre a desgraça alheia. Estabelece-se assim, uma espécie de cultura mortuária, a qual a morte alheia e a contemplação dos cadáveres geram prazer sobre os espectadores. E, sendo uma das definições de arte, tudo aquilo que gere emoção nos apreciadores, um morto na esquina, não deixa de ser uma grande manifestação artística.
Um fato bastante curioso de se notar: suponha que alguém faleça no meio da rua sendo atropelado por um caminhão, uma grande mancha de sangue toma a rodovia e suas vísceras criam um perfeito caminho até os pedaços de carne destroçados que um dia tiveram vida, logo você notará que a rua se encherá de espectadores loucos para contemplar aquele fato, elas observam com asco. Algumas até desfalecem quando vêem a bagaceira, mas mesmo sabendo que são sensíveis a tais fatos, eles precisavam ir lá e observar. Elas têm um interesse mórbido em simplesmente ver o cadáver destroçado de seu semelhante, a desgraça alheia se tornou atraente para os olhos dos passantes que observam aquele cadáver inerte quase que com a mesma emoção de ver um quadro em uma galeria.
Voltando ao caso do assaltante, podemos afirmar que é praticamente igual ao do caminhão: o motorista de caminhão não tinha a intenção de matar o pedestre, porém o cometeu. Não se tinha a intenção de criar uma obra, porém ela foi instantânea. Nesses casos afirmamos, mais uma vez, que a obra ocorreu, porém é órfã de criador. Sendo assim, os únicos autores legítimos de nossa escola cadavérica são os serial killers, que com seus atos promovem o que resolvemos intitular “Homicídio Clássico”. Afinal, suas intenções desde o principio eram de exprimir em cima das vitimas, seus sublimes desejos e convicções. E sendo enaltecidos, pela cultura Gore, estabelece-se assim uma cultura homicida, que talvez represente a humanidade, em sua natureza mais primordial de instinto.
A Cultura Homicida e a Misantropia
Como já foi citado, os desejos homicidas se fazem presentes na natureza, e constantemente são expostos em crises de violência diárias. Quem nunca sentiu vontade de matar alguém? Esses desejos, às vezes se tornam incontroláveis pela vontade, e assim acontecem as chamadas tragédias, que aqui defendemos como manifestações artísticas. Em nossa era o ser humano vem ganhando características sociopáticas através de vários fatores, desde a exclusão social até a preferência por contatos virtuais. Sendo assim, outro semelhante pode lhe causar pavor (no meu caso) ou aversão. E nesses casos de aversão temos a famosa Misantropia. Assim, os misantropos geralmente tendem ao homicídio e representam os grandes gênios de nossa tese.
Os serial killers representam pavor para a sociedade que tanto os oprimiu. É bastante cômico ver a sociedade se assustando com pessoas que são frutos de uma exclusão fornecida pela própria sociedade. Temos exemplos clássicos, como o do jovem Marcelo costa de Andrade, vulgo Vampiro de Niterói. Desde criança, apanhou de seus pais e foi jogado de lar em lar, pelo simples fato que seus familiares lhe acharem “depravado”. Marcelo não ia bem na escola e em casa, mesmo depois de atingir a maioridade, adorava ver desenhos animados. Sua família não deu afeto ao menino Marcelo que decidiu fugir de casa e ir as ruas se prostituir com meros 12 anos de idade. Apanhou, foi violentado, passou necessidades e assim decidiu voltar para casa, onde lhe receberam com mais ignorâncias. Tentou buscar ajuda com Deus na nossa querida Igreja Universal, mas só encontrou mais um meio de alienação para sua mente tão confusa. Sendo assim, toda uma aversão, tanto de dentro de casa como de fora, fizeram o repudiado menino Marcelo assassinar, violentar e beber o sangue de 13 crianças. Bom, a culpa é somente dele? Não nos cabe dar essa resposta, afinal não estamos aqui para julgar e sim analisar os fatos que ele cometeu. Como bom artista de nossa era, Marcelo descreveu com frieza para uma repórter todos os assassinatos: ele dormia com os cadáveres e, às vezes, transava com os garotos mesmo depois de mortos, em um caso fantástico, Marcelo furou a barriga de um garoto com uma chave de fenda, para deixar o sangue escorrer, e bebendo esse sangue, Marcelo acreditava que podia ser feliz e inocente como aquelas crianças. Tornava-se mais um monstro abominável para o próprio sistema que o criou. Outro caso, bastante interessante é o assassino Francisco Rocha, mais conhecido como Chico Picadinho. Passando por traumas parecidos com o de Marcelo, Chico tornou-se um sociopata nato, porém ocultava e controlava seus impulsos. E somente quando ingeria bebidas alcoólicas, Francisco se libertava e expurgava para a sociedade toda sua raiva mutilando, ou melhor, dissecando suas vitimas. O estudo de casos particulares também não é a intenção de tal manifesto, somente queremos que seja percebida o quão gigantesca é a hipocrisia social.
Todas as formações de personalidade são criadas pela sociedade e pelo caráter do individuo, porém nos momentos de acusação, somente a personalidade é levada em conta, sendo assim, a sociedade tenta encobrir suas falhas e promover um falso julgo sobre esses homens, a qual declaramos artistas, ou até mesmo Heróis. No caso especifico dos assassinos em série, temos uma espécie de culto à morte, o assassinato consumado representa um alivio para o artista, eles descarregam suas emoções em suas vitimas, sendo assim, os cadáveres possuem características emocionais de seus algozes, teoria que se encaixa perfeitamente, nos conceitos de arte.
O Processo de Produção
Como qualquer outro tipo de obra, podemos dividir o homicídio clássico em algumas partes de execução. Toda realização tem uma espécie de ritual, em que somadas as partes temos a obra completa. Sendo assim, poderíamos claramente dissecar o assassinato (ou processo de produção artística) em tais partes:
• Fase Gênesis: Nessa fase, encontram-se todos os preparativos e impulsos iniciais para o inicio da obra. O artista sentindo o transbordar de emoções corre em busca de uma matéria-prima. Tem-se inicio uma caçada por uma vitima que tanto pode estar ao seu lado, como no mais distante ponto do planeta. Os impulsos é quem escolherão a caça. A racionalidade é bastante necessária nessa hora, afinal vários detalhes e qualidades devem ser bem observadas para comprovar se são do perfeito estilo ou gosto do assassino. Geralmente mulheres e crianças são as mais cotadas para servir de matéria, pois sua aparente vulnerabilidade se torna atrativa e dá um tom de segurança para nosso artista. Em alguns casos, os artistas são homossexuais (Jeffrey Dahmer) ou tem uma suma necessidade em abater machos, daí temos os homens como principais matérias-primas. Tal fase tem seu fim a partir do momento que a vitima toma conhecimento da ação de seu algoz.
• Fase Escatológica (ou Essência): Com a tomada de ciência por parte da vitima, a fase escatológica ganha uma forma bastante prazerosa para nosso artista. Através do terrorismo verbal e agressões físicas, tem-se inicio o ápice emocional positivo para o homicida e o negativo para a vitima. Geralmente, a violência sexual está presente, e assim, nosso artista busca inspiração no sofrimento alheio. O sadismo se apresenta de maneira feroz: com a adrenalina liberada no corpo de psicopata, as primeiras idéias de criação surgem em sua mente. O artista tem em seu juízo um sumo prazer pelo sofrimento alheio, basicamente seria o descarrego de todo ódio acumulado ao longo de anos de opressão. Aos olhos leigos, a vitima parece ser mais um inocente, mas deve-se fomentar que ela representa uma pequena partícula da sociedade repressora e que com certeza já cometeu erros com alguém e se sentiu perdoado, mas na mente de nosso louvado killer, os perdões são inexistentes e precisa-se de prazer e vingança a todo custo, não importando miseras identidades, todos deverão se apresentar iguais perante a chegada da morte. Tal fase pode perdurar por dias até que por fim o ápice vital seja atingido. Sendo assim, o processo de criação ainda está em andamento...
• Fase Tanatológica (Mortüus Art): Com a vitima finalmente falecida, o artista tem a total liberdade de lidar com o corpo para produzir sua arte. Magníficos desmembramentos, incineração, mutilação e amputações são os métodos mais usados. Em casos de canibalismo, temos as partes não comestíveis representando a obra. Finalmente, o artista descarregou sua congestão de carma e assim, saciou seus maiores prazeres. A desfiguração cadavérica representa o perfeito sentimento de produção artística, imagina-se que o serial killer e o cadáver são como um artesão e a argila. A obra precisa ser moldada de acordo com os desejos de seu idealizador, e ao fim de toda modelação, temos a arte final pronta para ser exposta a pútrida sociedade.
Com o fim das fases de produção temos a mídia mortuária para expor todo conteúdo da arte através de jornais, TV e bizarras descrições radiofônicas. Assim, temos toda a exposição da produção artístico-cadavérica. Que geralmente, é totalmente acompanhada pelo artista em busca do merecido reconhecimento. Em tal fase é comum considerar as fotos da perícia dos legistas como uma grande fonte, afinal apresenta a arte de maneira complexa e bastante detalhada. O processo de arte mortuária está finalmente completo e a sociedade aguarda frenética por mais obras.
Peculiaridades
• Necrófilos: No caso dos necrófilos, é óbvio que o processo se inicia com a vitima já falecida. E em alguns casos, já em avançado estágio de decomposição. O ataque sexual a cadáveres geralmente é praticado por homens de vida sexual desativa. Mulheres são praticamente excluídas de tais particularidades, afinal nem Silvia Saint conseguiria uma ereção de um defunto. A necrofilia talvez possua os fatos mais grotescos, afinal o odor do putrefato e a expurgação de líquidos viscerais não incomodam nosso artista, em alguns casos, chegam até a aumentar o prazer. Com o ato sexual consumado, a obra deve ser apreciada desde seus simples detalhes, como as características da violação do túmulo, até a obra em essência, representada pelo cadáver violado e o peculiar lema da classe necrófila “Garotas Mortas não dizem NÃO!”.
• Suicidas (Auto-arte): Por motivos diversos, ligados à depressão ou até mesmo a excentricidade, os suicidas também merecem seus créditos em tal manifesto. Nesse caso, o artista utiliza seu próprio corpo como obra representando o estranho caso de Auto-Arte. Ocorrendo a ausência da fase Gênesis, ou que possa até mesmo ser representada pelos primeiros impulsos suicidas, tem-se inicio a automutilação seguida de intencional falecimento. Também é comum, a ingestão de substancias químicas que levem o artista a um estado de convulsões e conseqüente morte. Costuma-se tratar esses mostres da arte contemporânea com certo desprezo, dizendo que sua arte é uma covardia, porém temos o mesmo caso dos serial killers, mais uma vez o dedo da sociedade empurra o indivíduo para tais caminhos e no lugar de produzir arte em seus semelhantes, o suicida tem um comportamento bastante intimo de dilacerar seu próprio corpo. Existem alguns casos de farsas: alguns indivíduos buscam atrair a atenção que nunca obtiveram durante a vida através da Auto-Arte, porém não passam de excêntricos em busca de fama, esses sim, são os verdadeiros covardes...
Post-Mortem
A partir de tais definições expõem o fascínio mórbido que a sociedade tem pela desgraça de seus membros e que ao mesmo tempo repudia tais ações, entrando em um estado de suma contradição. O instinto humano através de sua natural sociopatia, quando provocado, sente a necessidade de descarregar seus sentimentos. Quem nunca desejou matar o chefe antipático? Ou aquele vizinho insuportável? O amor perdido ou aquela simples pessoa que te gerou ódio à primeira vista? Todos têm um misantropo dentro de si. Seu individualismo te consome, e não serão meras leia que te proibirão de agir... Visto isso, Mãos A Obra!
Esse Manifesto é dedicado aos Heróis do passado e Presente: Pedro Alonso Lopez, Gilles de Rais, Luis Alfredo Gavarito, Dr. Jack Kevorkian, Bela Kiss, Lucian Staniak, Donato Bilancia, Robert Hansen, Richard Ramirez, José Antonio Rodriguez Vega, Pete Sutcliffe, Rosemary & Fred West, Jeffrey Dahmer, Ed Gein, Chico Picadinho, Marcelo Costa de Andrade, John Wayne Gacy, Febrônio Índio do Brasil, Unabomber, The Zodiac, Ivan Milat, Ed Kemper, Andrei Chikatilo, Charles Ng e Leonard Lake, Richard Chase, Aileen Wuornos, Albert Fish, Deu$, Jesus Cristo e GG Allin!
Assinar:
Postagens (Atom)